Procuradora venezuelana contesta nomeação para Supremo e sofre perseguição do governo Maduro
epa05312902 Venezuelan President Nicolas Maduro speaks during a press conference at the Miraflores Presidential Palace in Caracas, Venezuela, 17 May 2016. Maduro denounced the violation of Venezuelan airspace by US airplanes that flew over illegally two times in the last week. EPA/MIGUEL GUTIERREZInsatisfeita com os rumos do governo venezuelano, a procuradora-geral Luísa Ortega Díaz decidiu impugnar a nomeação de 33 magistrados do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) – a mais alta corte do país, aliada ao presidente Nicolas Maduro. Esse é o segundo recurso impetrado pela procuradora na Justiça da Venezuela, logo após ter solicitado a anulação da Constituinte convocada pelo chefe de Estado. A postura da autoridade é mais um sinal de cisão dentro do chavismo. A contestação, no entanto, colocou Ortega Díaz em situação delicada. Desde que deu amostras de distanciamento de Maduro, a procuradora relata ter sofrido perseguições, e denunciou ameaças à sua família. Deputada federal pelo PSDB do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius elogia a coragem da magistrada em enfrentar a ira do governo para derrubar a blindagem ao chavista.
“Essa procuradora que está tendo a coragem de negar nomeações feitas ao arrepio de qualquer regra falou, e encontra no mundo, felizmente, um instrumento de liberdade e democracia que se chama internet. Então a fala dela se multiplica e se propaga”, disse a tucana.
Desde que o país passou a relatar manifestações diárias contra o governo, Maduro tem reagido com opressão contra os protestos e utilizado o TSJ como instrumento para derrubar todas as leis aprovadas pela oposição da Assembleia Nacional. Yeda lamenta que Nicolas Maduro ainda encontre forças nas instituições públicas as quais aparelhou.
Ortega Díaz também tem criticado a atuação da Guarda Nacional Bolivariana na repressão às manifestações. A recente onda de protestos já deixou 67 mortos na Venezuela desde o dia 1º de abril.
