Produção industrial de Minas tem índice positivo em 2008

Notícias - 05/02/2009

Brasília (5 de fevereiro) – O indicador acumulado da produção industrial de Minas Gerais fechou o ano de 2008 com acréscimo de 1,6%, resultado bem abaixo do assinalado até setembro (6,6%). A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa regional mensal, que indicou queda de 16,4% em Minas Gerais no mês de dezembro. Segundo o instituto, na passagem de novembro para dezembro de 2008, os índices regionais da produção industrial, ajustados sazonalmente, recuaram em 12 dos 14 locais pesquisados. As únicas áreas que registraram acréscimo na produção entre novembro e dezembro foram Amazonas (0,9%) e Goiás (0,4%). Em nota, o IBGE informa que a perda de ritmo, nos últimos três meses do ano, pode ser explicada pelos fatores relacionados à crise financeira mundial.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Raphael Guimarães Andrade, salientou que o Governo de Minas já está trabalhando para minimizar os impactos da crise. Lembrou que desde o final do ano passado já adotou um conjunto de medidas preventivas. “Elas vão desde crédito subsidiado a pequenas e médias empresas com linhas de crédito especiais através do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) até o adiamento do pagamento do ICMS para toda economia, assim como as medidas específicas para o setor de ferro gusa. Além disso, o Instituto de Desenvolvimento Integrado (INDI) continua trabalhando na atração de novos investimentos nos mais variados setores da economia“, destacou.

Raphael Guimarães Andrade acrescentou ainda que estão mantidos os investimentos em infra-estrutura como forma de minimizar os efeitos da crise financeira no desenvolvimento econômico do Estado.

Série Histórica

Com o recuo em dezembro, esta é a quinta taxa negativa consecutiva, período que acumulou perda de 30,9%, já descontadas as influências sazonais. Vale mencionar que a queda deste mês foi a maior da série histórica. Assim, o índice de média móvel trimestral acentua o ritmo de queda ao registrar recuo de 10,2%, entre novembro e dezembro, quarto resultado negativo, acumulando, no período, uma perda de 16,2%. Ainda na série ajustada, no confronto com o trimestre imediatamente anterior, observou-se que o setor fecha o quarto trimestre do ano com queda de 16,2%, interrompendo sequência de 18 trimestres com taxas positivas.

Os números do IBGE informam ainda que frente a dezembro de 2007, o recuo foi de 27,1%, menor marca na série histórica nesse tipo de comparação. Na análise trimestral, no período outubro-dezembro de 2008, observou-se redução de 12,7% na comparação com igual trimestre do ano passado.

Pressões

A produção industrial mineira ficou 27,1% inferior à de dezembro de 2007, pressionada pelas quedas na indústria de transformação (-22,2%) e na indústria extrativa (-50,8%). Nesta última, que exerce a principal contribuição negativa no índice global, sobressai a redução na extração de minérios de ferro, decorrente da queda acentuada na demanda internacional. Na indústria de transformação, entre as dez atividades em queda, os destaques foram para veículos automotores (-55,9%), metalurgia básica (-35,5%) e outros produtos químicos (-35,1%). Nestes ramos, os maiores impactos negativos vieram das reduções observadas, respectivamente, em: automóveis, ferronióbio e superfosfatos. Por outro lado, a pressão positiva mais relevante veio de alimentos (7,2%), por conta, sobretudo, de itens como iogurte de frutas e leite esterilizado.

Na evolução trimestral, o recuo de 12,7%, assinalado no último trimestre de 2008, reverte o elevado ritmo de expansão da indústria mineira ao longo do ano, que registrou 7,4% no primeiro trimestre, 5,9% no segundo e 6,7% no terceiro, todas as comparações contra igual período do ano anterior. Essa perda de dinamismo na passagem do terceiro para o quarto trimestre foi acompanhado por 11 dos 13 ramos industriais.

O indicador acumulado de 1,6 % para o fechamento do ano mostra que este crescimento foi apoiado em seis das 13 atividades investigadas, com destaque para os avanços de minerais não-metálicos (11,3%), refino de petróleo e produção de álcool (11,6%) e alimentos (4,2%). Por outro lado, entre os ramos que assinalaram queda sobressaem os recuos vindos de outros produtos químicos (-4,7%) e têxtil (-7,3%), pressionados em grande parte pelos itens adubos e fertilizantes e inseticidas, no primeiro, e tecidos de algodão, no segundo.

Confira abaixo quadro com os indicadores conjunturais da indústria, resultados regionais de dezembro de 2008

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05/02/2009