Tripoli questiona “chavismos” de programa de governo do PT

Candidato do PSDB ao Senado por São Paulo, o deputado federal Ricardo Tripoli questionou o “controle social” do Ministério Público e dos poderes Legislativo e Judiciário e a realização de plebiscitos para aprovar mudanças nas leis e Constituição, temas previstos no Programa de Governo da campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República.
Durante debate realizado pelo jornal Folha de S. Paulo na noite de segunda-feira (1º), Tripoli perguntou ao candidato do PT, Eduardo Suplicy, se os plebiscitos e o controle teriam inspiração na ditadura venezuelana de Hugo Chavez e Nicolás Maduro.
“O que é isso? É o Maduro assumindo o Governo?”, indagou. “Será que não caiu a ficha do PT de que isso está em desuso?”
Em sua página 13, o programa do PT diz que o controle social será estimulado para todos os poderes, inclusive o Legislativo e o Judiciário. O texto, que não explica como isso será feito, suscita a preocupação de interferência no Judiciário. “Acho que eles vão querer acabar com a Lava Jato, com isso que está aqui”, afirmou Tripoli no debate, que também contou com a participação de Major Olimpio (PSL).
Sobre plebiscitos e referendos, estes seriam usados para realizar a reforma política, e poderiam ser convocados pelo Presidente da República, como na Venezuela. O programa não dá informações sobre a maneira e com quais critérios seriam realizados. Suplicy também não deu detalhes.
Durante o debate, Tripoli defendeu a revisão do pacto federativo. Segundo o tucano, o estado de São Paulo é injustiçado por ter apenas 21,84% da população brasileira, mas recolher 41% dos impostos federais (R$ 551 bilhões). A proporção é agravada porque o Estado obtém o retorno de menos de 7% (R$ 36 bilhões) do que arrecada em investimentos da União. “Há estados apontados entre os mais ineficientes pelo ranking da Folha que têm um retorno de 300%”.
Veja outros pontos abordados pelo candidato ao Senado durante debate:
Revisão do pacto federativo
O parlamentar disse que, no Senado, vai defender São Paulo e os municípios paulistas, que geram grande parte da riqueza do Brasil, e acabam sacrificados por isso, contribuindo muito e recebendo pouco da União. Sua candidatura levanta como bandeira a mudança no pacto federativo. “São Paulo arrecada R$ 551 bilhões e recebe apenas R$ 36 bilhões em investimentos da União. É uma injustiça”, argumentou. Tripoli também se comprometeu em continuar defendendo as vidas em risco, sejam as das pessoas e dos idosos, sejam as dos animais, vítimas de maus-tratos.
Confira alguns dos principais posicionamentos de Tripoli no debate:
Reforma política
“Não concordo que a gente tenha no Brasil 35 partidos políticos. Isso é insuportável. Não existem 35 ideologias no país”.
Menos injustiça
“Vou defender a população menos favorecida de injustiças que afetam quem depende do SUS e planos de saúde, que são principalmente os idosos”.
Defesa de São Paulo
“Quero acabar com essa história de senador que não defende o estado porque seu partido não ocupa o governo. Isso tem de acabar. São Paulo não pode ficar à mercê dos interesses de partido político. Uma bancada forte no Senado é a garantia de que as mudanças necessárias vão acontecer”.
Plataforma política
“Precisamos de uma sociedade mais justa, igualitária e humana, na qual o cuidado com as pessoas, idosos, animais e o meio ambiente seja política de Estado, prioritária e suprapartidária”.]
Geração de empregos
“Defendo a geração de empregos e renda para os idosos, que voltam ao mercado de trabalho por necessidade e, ainda por cima, têm que pagar a Previdência, o que é uma injustiça a qual pretendo pôr fim no Senado, com o INSS zero para quem já pagou a aposentadoria.”
Críticas ao PT
O parlamentar também declarou que as propostas do programa de governo do candidato presidência Fernando Haddad querem acabar com a operação Lava Jato e diminuir o papel dos órgãos fiscalizadores, estimulando o controle social das instituições. Sobre corrupção, Tripoli criticou o candidato petista Eduardo Suplicy. “O PSDB não passa a mão na cabeça de partidários que eventualmente possam cometer erros”, referindo-se nominalmente ao ex-presidente Lula.
Empoderamento feminino
Ao final, Tripoli disse que o empoderamento das mulheres, infelizmente, ainda não é uma realidade no mercado de trabalho, no qual, segundo ele, elas sofrem desigualdade nas oportunidades. Ele defendeu a criação de políticas para garantir que as mulheres tenham acesso aos mesmos postos que os homens.
Da assessoria do candidato Ricardo Tripoli