PT deixa ao Brasil dívida milionária com missões de paz

Notícias - 25/04/2017

O Brasil acumula uma dívida de US$ 190 milhões (o que equivale a R$ 594 milhões) com a Organização das Nações Unidas (ONU) somente por conta de suas obrigações orçamentárias com as missões de paz realizadas em todo o mundo. O montante faz do Brasil o segundo maior devedor no órgão, atrás somente dos Estados Unidos, que tem débitos de US$ 550 milhões, segundo informações de matéria do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta terça-feira (25).

Os débitos brasileiros correspondem a 15% do US$ 1,3 bilhão devidos pelos países-membros da organização com as operações de paz. Considerando-se a dívida total do Brasil com a entidade, que leva em conta o orçamento regular e o funcionamento dos tribunais internacionais, o calote do Brasil na ONU chega a US$ 290 milhões (R$ 906 milhões). Apesar de elevado, o valor da dívida total vem caindo com os esforços do governo. Para efeito de comparação, em setembro do ano passado, o valor total devido pelo país era de US$ 424,9 milhões (R$ 1,3 bilhão).

Na avaliação do deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), membro da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, a vultuosa dívida do Brasil é resultado de gastos ineficientes com política externa feitos pelos governos do PT. O parlamentar destaca que a situação começou a mudar a partir da posse do senador José Serra (PSDB-SP) no Ministério das Relações Exteriores. Como chanceler, o tucano buscou solucionar as pendências do Itamaraty no exterior.

“Essa é uma dívida que foi acumulando desde o governo Lula e que cresceu muito no governo Dilma. Quando o Serra assumiu, uma das primeiras coisas que ele tentou trabalhar foi justamente a amortização dessa dívida, sinalizando inclusive para os organismos internacionais uma outra relação com essas organizações, de uma forma efetiva, e realmente participando não só da manutenção, mas tendo ali força para influenciar esses órgãos internacionais”, ponderou Barbosa.

Para o parlamentar, no entanto, o tamanho do débito e o quadro de crise que persiste no Brasil impedem que a milionária dívida com a ONU seja quitada em um curto espaço de tempo.

“É lógico que, com a situação econômica do país, é impossível fazer a reversão dessas dívidas a curto prazo. Os governos anteriores ampliaram demais as despesas do Itamaraty, criando um punhado de embaixadas em países com pouco significado e expressão na relação econômica com o Brasil, e ampliando uma despesa muito grande em vez de focar naquilo que de fato era importante no fortalecimento da participação do país, inclusive nos organismos internacionais”, salientou.

De acordo com a reportagem do Estadão, a dívida do Brasil com a ONU é um problema perdura desde 2014, ano em que o calote dado pelo governo de Dilma era de US$ 190 milhões com todo o sistema das Nações Unidas. Em agosto de 2015, o déficit já chegava a US$ 285 milhões. De acordo com o Ministério do Planejamento, o valor que o país deve pagar à ONU por conta das missões varia, mas gira em torno de uma média anual de US$ 41 milhões (R$ 128 milhões).

Clique aqui para ler a matéria do Estadão.

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25/04/2017