PT não sofre perseguição e não pode ser uma exceção, diz tucano
Uma decisão polêmica tomada por militantes no congresso estadual do PT, em São Paulo, determinou que os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci e o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto devam ser tratados como presos políticos. Na ocasião, 999 delegados estaduais do PT aprovaram uma moção que propõe ao partido que exija a liberdade dos três. O documento será submetido ao congresso nacional da legenda, no próximo mês. O deputado federal Lobbe Neto, do PSDB de São Paulo, critica o posicionamento dos militantes e afirma que a medida não passa de estratégia para desviar o foco das investigações e dos crimes revelados.
“Isso já era esperado do Partido dos Trabalhadores, o partido que mais roubou e deu problema ao nosso sistema financeiro e à população. Eles receberam propina de várias áreas, isso é fato. Quem deve tem que pagar. E eu espero que ele [Dirceu] volte para a prisão para cumprir a pena por seu malfeito”, declarou.
Lobbe Neto também nega que o partido esteja sofrendo perseguição, e afirma que o PT não pode ser uma exceção entre aqueles que estão em dívida com a Justiça.
“Tem pena, tem Justiça, por isso Dirceu tem que voltar para a cadeia. Não é possível liberar alguns que roubaram muito e, às vezes, manter uma pessoa simples, humilde, que rouba um litro de leite no mercado, presa por muito tempo. Por isso, esses que roubaram muito do país têm que voltar para a cadeia”, apontou.
Dirceu foi condenado em 2012 por compra de votos no mensalão, e, após ter sido liberado para cumprir pena em casa, foi preso novamente, em 2015, no âmbito da Operação Lava Jato. O petista teve a prisão preventiva revogada na semana passada. Palocci foi preso no ano passado por suspeita de ter recebido propina da Odebrecht. Já Vaccari Neto foi condenado em um processo da Lava Jato por crime de corrupção passiva.