Quase 70% dos empresários brasileiros faturam até três salários mínimos

Pressionados pelo desemprego deixado como herança do governo do PT, muitos brasileiros têm buscado o empreendedorismo por necessidade, e o resultado disso é um cenário de baixo rendimento e pouca eficiência. Uma pesquisa feita no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e de Produtividade mostra que existem 48 milhões de donos de empresas no país, e que 44% desse total ingressaram no mundo empresarial pela falta de alternativas. Em 2008, esse segmento correspondia a 32% dos empreendedores. Além disso, sete em cada dez empresários lucram até três salários mínimos, o equivalente a R$ 2,8 mil. Os especialistas classificam isso como “empreendedorismo de subsistência”. O deputado federal Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, observa o fenômeno como resultado da crise que o país enfrenta há pelo menos dois anos, e não vê o crescimento desenfreado do número de empresários como solução.
“O que está acontecendo no Brasil hoje é que você tem um número de 14 milhões de desempregados e uma boa parte desse pessoal, até para sobrevivência, buscou se organizar para empreender. Evidente que isso não é uma solução, porque o adequado seria que o empreendedor, depois de preparado e qualificado, aí sim se lançasse no mercado”, disse.
O levantamento aponta ainda que, em 2016, a motivação apontada pelos empreendedores para abertura de empresas expõe uma situação frágil: 57% dos empresários buscam o empreendedorismo impulsionados pelas oportunidades, enquanto 43% assumem serem atraídos pela necessidade de renda. Macris afirma que para resultar em inovação e produtividade, essa maior participação no empreendedorismo precisa de apoio do governo e orientação de entidades especializadas.
“O empreendedorismo é algo que tem que ser estimulado pelo governo. O Sebrae pode ser um braço importante para ampliar esse trabalho, nessa área de preparação e qualificação. O Brasil tem ainda muitos passos para dar nessa direção. Mas, muitas vezes, a crise pode ser uma boa oportunidade para empreender”, destacou.
Especialistas consultados pelo jornal apontam que apesar do cenário difícil para o empreendedorismo no país, o empresário local possui vantagens. Se aliadas à qualificação profissional, a resiliência e a capacidade de adaptação do brasileiro garantem benefícios competitivos no mercado.