“Que o PT faça oposição a favor do Brasil”, diz tucano em resposta a Lula

Imprensa - 13/09/2016

Lula_Agencia_Brasil18032016_0005Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (12), após a posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que o Partido dos Trabalhadores terá que “reaprender a fazer oposição”. De acordo com reportagem publicada nesta terça (13) pelo jornal Valor Econômico, Lula ainda classificou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como um “crime grave” e criticou a proposta de reforma trabalhista do governo de Michel Temer.

O deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG) disse esperar que o PT seja capaz de fazer uma oposição “a favor do Brasil”, diferente do papel desempenhado historicamente pelo partido, que, no passado e durante os 13 anos e quatro meses de seu governo, colocou os seus próprios interesses à frente dos interesses da população.

“Primeiro, a fala de Lula mostra o maior líder do Partido dos Trabalhadores tendo uma noção de realidade do que está acontecendo: ‘nós perdemos mesmo, o jogo acabou e nós temos que nos reinventar’. Eu espero que a oposição que o PT precisa fazer, e acho que é salutar, seja uma oposição a favor do Brasil. Infelizmente, eles não demonstraram isso durante a sua história. Sempre foram uma oposição que colocou à frente dos interesses nacionais os interesses do seu partido”, afirmou.

O tucano destacou que o ex-presidente Lula não tem prerrogativa para criticar a reforma trabalhista, sendo que foi o governo de sua sucessora, Dilma Rousseff, que não conseguiu cumprir a promessa de não retirar direitos dos trabalhadores, sendo o responsável pelo fim de diversos benefícios conquistados pelos brasileiros ao longo de décadas.

“Espero que a oposição que eles [o PT] vão fazer seja feita de maneira limpa, mas, ao que parece, por essa tonalidade de falarem em direitos trabalhistas, ela vem com uma tonalidade de mentiras, calúnias, sem reconhecimento do próprio feito. Eu me lembro que, no começo desse ano, nós votamos medidas contrárias que retiraram, de fato, direitos trabalhistas, como foi o caso do Seguro Desemprego, do auxílio de pensão por morte. Esses direitos que os brasileiros tinham foram retirados, o que demonstra que foi o governo do PT, dentre tantas coisas, fez a retirada de direitos conquistados historicamente”, rebateu.

O parlamentar ressaltou que é hora de o governo do presidente Michel Temer assumir a sua posição de protagonismo, se fortalecendo para combater uma oposição que, certamente, recorrerá a artifícios como a mentira. “A oposição deles [PT] não é a um governo, tem sido ao país”, salientou.

Caio Nárcio também ironizou a falta de coerência manifestada por Lula, em uma vã tentativa de deslegitimar o processo de impeachment que tirou Dilma Rousseff do poder.

“Ontem nós assistimos ao episódio do Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara que teve o seu mandato cassado], e é interessante a conveniência do caso quando eles alegam que o impeachment é um ‘golpe’, é um ‘crime grave’, quando na verdade a alegação é que não se pode tirar alguém que foi eleito pelo povo. Se isso valesse para todos, então teríamos que fazer a mesma medida. Se não pode tirar a Dilma, também não podia tirar o Eduardo Cunha. Para uns, [cassação] é justiça. Para outros, [cassação] é um golpe. Falta coerência no contexto histórico”, completou o tucano.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico.

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13/09/2016