Queda na venda de vestuário reflete “política desastrosa e caótica” do PT, avalia tucano
Brasília (DF) – A indústria brasileira de vestuário vendeu 600 milhões de peças de roupa a menos ao varejo em 2016, uma queda de 10,7% em relação aos 6,7 bilhões de itens comercializados no ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), que apresentou nesta quinta-feira (26) balanço do setor têxtil e atribui a nova retração do mercado à crise econômica vivida pelo país. As informações são do jornal O Globo desta sexta (27).
Com a retração da atividade, o volume de investimentos no setor também caiu ao longo do ano passado. Enquanto em 2015 o volume de investimentos totalizou R$ 2,24 milhões, em 2016 ficou em R$ 1,67 milhão, valor 25% menor.
O economista e deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO) lamentou o cenário e afirmou que a queda no setor se deve à “política desastrosa e caótica” praticada pelo PT, não só apenas para a indústria do vestuário, mas em todas as áreas da economia.
“Um processo recessivo na economia acaba afetando os setores mais vulneráveis ao consumo da população ou aqueles que têm uma concorrência mais forte do mercado externo. Por ser um produto de fácil produção e de escala no nosso país, o caso específico das confecções representa as duas questões. Com a recessão, há uma diminuição do consumo e essa redução se dá naqueles produtos que têm condições de aguardar um momento mais propício para poder realizá-lo, como é o caso do vestuário. Não é o caso da alimentação, por exemplo, porque você tem que comer todo dia”, explicou.
O parlamentar também destacou a importância de se ter uma política ajustada de crescimento e desenvolvimento econômico, algo que não houve nos governos petistas. “Quando não há essa política, é muito danoso não só às empresas, à geração de emprego, mas também à população de uma forma geral, que se vê momentaneamente tendo que diminuir suas compras. Essa diminuição retrai os investimentos na indústria. É uma pena que tenhamos esse cenário nesse setor que tivemos momentos de tanta grandeza para o país”, avaliou.
Recuperação
Segundo a reportagem, na esteira da queda de vendas ao varejo, no ano passado a produção de vestuário contraiu 6,7%. De acordo com o presidente da Abit, Fernando Pimentel, os percentuais menores de retração da produção quando comparados ao de vendas sinalizam o início de uma retomada.
As projeções da Abit para este ano indicam uma melhora nos investimentos, de 4,8%, para cerca de R$ 1,75 bilhão, mas ainda longe do patamar de 2015. Na ponta da produção, a expectativa é de que haja um aumento da ordem de 1% no vestuário e o mesmo nos têxteis, o que deve auxiliar na ampliação das vendas de peças de vestuário, que devem crescer 2%.
Para o tucano, com a saída do governo do PT, a recuperação é “certa” e está ocorrendo de forma gradativa. “Com certeza. Já temos a queda das taxas de juros, um alívio na inflação e melhoria do crédito. O crescimento vem gradualmente, não é algo que se resolve de um dia para o outro. Esses indicadores já demonstram uma retomada da confiança do empresário, apesar de ainda pequena e lenta, mas certamente vai ter um efeito multiplicador positivo na nossa economia”, completou.