Queda nos desembolsos do BNDES reflete desaquecimento da economia, diz tucano
Brasília (DF) – Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registraram queda de 35% entre janeiro e novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2015. Segundo o boletim mensal de desempenho do banco divulgado nesta terça-feira (20), no acumulado de 12 meses, o banco liberou R$ 95,599 bilhões, recuo de 33% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As informações são do jornal O Globo desta quarta (21).
De acordo com a reportagem, o setor mais afetado foi o de infraestrutura, que acumula queda de 51% dos desembolsos, totalizando R$ 22,3 bilhões. Até a agropecuária, que vinha impulsionando a economia, teve queda na liberação de recursos, com recuo de 4%, para R$ 12,171 bilhões. Indústria e comércio também tiveram redução, de 20% e 37%, respectivamente.
Para o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO), o principal fator de desaceleração dos investimentos é o desaquecimento da atividade econômica brasileira. “Acho que não poderia ser diferente. O país está atravessando um momento de grandes dificuldades econômicas e naturalmente há um investimento bem menor do que em épocas de crescimento. É natural que haja uma demanda menor do financiamento dentro do BNDES”, afirmou.
Segundo o banco, os indicadores “seguem refletindo a situação de dificuldade de retomada da economia, não apontando ainda para um movimento claro de ascensão na demanda por recursos”.
As consultas e enquadramentos, que são as primeiras etapas do processo de concessão de financiamentos, também continuam em queda, informou o BNDES.
Lava Jato
O tucano chamou atenção ainda para a redução maior na área de infraestrutura em razão do número de empresas ligadas à Operação Lava Jato. No entanto, apesar dos números ruins, Vecci afirmou estar otimista com o cenário econômico em 2017.
“Uma grande parcela das empresas está arrolada na Operação Lava Jato e isso influenciou essa queda na infraestrutura, mas estou otimista em relação ao próximo ano. Não no sentido de dizer que vamos resolver os problemas do Brasil de uma hora para outra, mas já temos uma queda da inflação, da taxa de juros, já vislumbramos alguns setores retomando investimentos, mesmo que gradativamente. Tudo isso vai colaborar para que tenhamos investimentos maiores no ano que vem e, consequentemente, demandando maiores recursos, quer seja do BNDES, quer seja de outras instituições financeiras”, completou.
Segundo a reportagem, todos os tipos de empresas foram afetadas pela menor quantidade de recursos do BNDES. Em relação aos desembolsos, as micro, pequenas e médias (MPME) empresas tiveram recuo de 29%, seguido das grandes companhias, com queda de 36%.
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