Ranking dos EUA coloca o Brasil como país mais citado por empresas suspeitas de pagar propina no exterior

Imprensa - 13/01/2017

congresso-nacional-foto-marcello-casal-jr-agencia-brasilBrasília (DF) – Além das crises política, econômica e social sem precedentes que os 13 anos de gestão petista deixaram para trás, mais uma das heranças negativas dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff é o nível de corrupção. O Brasil lidera, pela primeira vez, um ranking elaborado nos Estados Unidos como o país mais citado por empresas globais que são investigadas sob suspeita de pagarem propina no exterior. As informações são de reportagem desta sexta-feira (13) do jornal Folha de S. Paulo.

O ranking é elaborado por um site especializado na legislação americana, a FCPA (Foreign Corruption Practices Act), ou Lei Anticorrupção no Exterior. O Brasil é mencionado 19 vezes como o país em que as empresas investigadas pagaram propina. A segunda colocada é a China, com 17 menções, seguida pelo Iraque, citado oito vezes. Vale destacar que, desde 2015, o número de menções ao Brasil praticamente dobrou, passando de 10 para 19.

O estudo é feito com base em investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, equivalente ao Ministério da Justiça brasileiro, e da Securities and Ex-change Commission (SEC), órgão que se assemelha à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Para o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), a liderança do Brasil no ranking é mais um título lamentável alcançado pelo país por conta do desgoverno dos governos do PT.

“A nossa presença nesse grupo, nessa avaliação, não tem relação direta com o estilo e nem com a história do empresariado brasileiro como um todo. Na verdade, nós tivemos nessa última década uma situação de absoluta falta de confiabilidade por parte dos empresários nas ações públicas governamentais, e uma dúvida permanente de algumas empresas em relação à segurança jurídica das relações com o governo federal”, disse.

“Essa insegurança jurídica e essa falta de confiança fizeram com que as empresas que tinham relações com o governo do PT adotassem procedimentos no Brasil totalmente condenáveis do ponto de vista ético, o que certamente fez com que essas empresas também adotassem as mesmas regras de conduta nas ações que desenvolveram com outros países do mundo, principalmente os países governados por governos identificados com a chamada esquerda ideológica”, constatou o parlamentar.

Lava Jato

Segundo a Folha, as menções ao Brasil no ranking poderiam ser ainda maiores. Isso porque empresas como a Odebrecht e a Braskem, envolvidas no esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato, não aparecem na lista das 81 empresas sob investigação nos EUA. As empresas fecharam acordos com as autoridades americanas em dezembro do ano passado para encerrar os processos contra elas, e deverão pagar a maior multa já aplicada pela violação da lei americana anticorrupção no exterior: o valor pode chegar a US$ 3,5 bilhões, o equivalente a R$ 11 bilhões, a serem pagos em 23 anos.

Também fazem parte das empresas investigadas nos Estados Unidos a Petrobras, a Eletrobras e outras gigantes internacionais também envolvidas na Lava Jato, como a Rolls Royce, a SBM Offshore e Keppel Corporation.

Novas diretrizes

O senador Paulo Bauer acrescentou que os escândalos de corrupção protagonizados pelo governo petista e por empresas brasileiras reforçam a necessidade de novas diretrizes políticas, o que já tem sido feito pela gestão do presidente Michel Temer, e uma nova postura ética.

“Com as novas diretrizes políticas que temos no governo brasileiro, e com a nova postura ética que se vê no Brasil na política, tenho certeza que em muito curto prazo nós deixaremos de constar dentre os países onde a propina é um procedimento corriqueiro, ou frequente, nas relações das empresas com as entidades governamentais”, completou o tucano.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

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13/01/2017