Raul Christiano defende avanços na formação dos professores

Notícias - 13/06/2017
#pracegover Raul Christiano está sentado em seu escritório, sorrindo e com braços cruzados posando para a foto

Um estudo realizado pela Fundação Lemann e divulgado nesta segunda-feira (12) mostra que, apesar dos slogans dos governos petistas, a educação no Brasil sob as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff continuou a perpetuar as desigualdades sociais do país. De acordo com a pesquisa, intitulada “As desigualdades na educação no Brasil: o que apontam os diretores das escolas”, as escolas cujos estudantes estão em grupos socioeconômicos mais baixos também são as que têm, em sua maioria, professores menos capacitados, mais jovens e com salários menores. As informações são de matéria publicada pelo portal G1.

De acordo com a pesquisa – feita com base no cruzamento entre as respostas de 51.136 diretores de escolas públicas ao questionário da Prova Brasil de 2015 e as informações sobre o nível socioeconômico (NSE) dos alunos matriculados nessas instituições -, 81,5% dos professores trabalham em escolas de nível socioeconômico médio baixo, médio ou médio alto. No nível muito baixo, estão 0,97%; no baixo, 7,54%; no alto, 9,81%; e, no muito alto, somente 0,15%.

Para o professor Raul Christiano, que no governo de Fernando Henrique Cardoso teve papel decisivo na implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – atual Fundeb -, o incentivo à qualificação dos professores brasileiros é fundamental para que o acesso universal à uma educação pública de qualidade se torne realidade no país.

“Entendo que haveria a necessidade de ter um foco na melhoria de condição dos educadores que estão atuantes nas áreas mais carentes do país. Acho que deveria ter incentivos para possibilitar que os educadores melhor formados pudessem ter esse tipo de escolha, mas aí depende muito da gestão municipal, da gestão dos estados. Infelizmente, ainda é um processo lento, porque a educação básica no pais ainda não é prioridade”, lamentou Christiano.

Um dos fundadores do PSDB e atualmente secretário municipal de Educação e de Cultura da prefeitura de Cubatão, Raul Christiano também fez críticas às gestões do PT no governo federal, em especial por não terem dado prosseguimento à evolução de importantes conquistas do governo FHC na área da educação.

“[O governo do PT] deixou a desejar porque descontinuou politicas bem-sucedidas que valorizavam o ensino básico no país. O que nós tivemos foram algumas mudanças do ponto de vista das marcas e dos programas. Houve muito mais uma ação de comunicação do que uma ação propriamente focalizada na educação do país”, condenou.

“Políticas na área social e na questão da educação, quando são bem-sucedidas, não deveriam ser descontinuadas. Não significa que um projeto educacional que trata de uma geração de brasileiros deve ter a marca de um partido, de um homem ou de uma tese doutrinária ou ideológica. Acho que nós temos que ter um esforço comum para melhorar a educação e gastar melhor os recursos da educação. O grande problema da educação não é a falta de recursos, é o uso melhor dos recursos que estão disponíveis”, analisou o professor.

BNCC

Raul Christiano também ressaltou a importância da plena implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no processo de evolução da educação pública no país. A versão final do documento, que determina o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver durante as etapas e modalidades da Educação Básica, foi entregue em abril pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Na visão de Christiano, a base comum terá efeitos diretos também na formação e capacitação dos docentes.

“Nós temos uma janela de oportunidade pela frente, que é a Base Nacional Comum Curricular. O BNCC, que nesse momento está sendo discutido no Conselho Nacional de Educação, vislumbra um leque de possibilidades que vão atuar também na formação continuada dos professores, disse. “Você tem que ter um trabalho de formação que possa nivelar por cima e elevar o nível de aprendizado das crianças em todos os níveis. Acho que a Base Nacional Comum Curricular é uma possibilidade de você ter essa melhoria geral na educação a partir de agora”, concluiu.

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13/06/2017