Relatório aponta descaso do PT com rodovias brasileiras
Um levantamento feito pela equipe técnica da Confederação Nacional do Transporte (CNT) nos últimos 13 anos concluiu que as rodovias brasileiras foram abandonadas ao longo desse período – quando o PT esteve no comando do país. Isso porque apenas 12,3% delas são asfaltadas, ou seja, pouco mais de 211 mil de um total de 1,7 milhão de quilômetros, uma densidade muito baixa em comparação com outros países. Além disso, a CNT constatou que a qualidade da pavimentação utilizada é baixa. No Brasil, o asfalto é projetado para durar de 8 a 12 anos, mas, na prática, acaba se deteriorando em poucos meses.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o asfalto é feito para durar, em média, 25 anos. Esses itens colocam o Brasil na posição 111 em um ranking de 138 países avaliados pela qualidade das rodovias. As péssimas condições das rodovias brasileiras mostram que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado durante o governo petista, não cumpriu a promessa de melhorar a infraestrutura rodoviária do país.
Para o deputado federal Nelson Padovani (PSDB-PR), a situação das estradas não só atesta os problemas de infraestrutura deixados de lado nos últimos anos, mas também impacta na economia. O tucano explica que, no escoamento da produção agrícola, é fundamental que existam boas rodovias para garantir que o produto chegue com qualidade e preço competitivo nas prateleiras.
“Isso impacta na conservação dos pneus dos caminhões, na velocidade para que a mercadoria não pereça. No caso de frutas, por exemplo, se você tem asfalto, chega-se com agilidade no destino. E mais, com os pneus e o caminhão preservados, eles derrubam o preço do frete. Quando não tem estrada, o frete praticamente dobra na região, porque os caminhões encalham, caem em buracos. Quando não tem bom asfalto, isso se agrega ao custo.”
O relatório traz também uma lista das falhas que explicam essa situação das rodovias: matéria prima de baixa qualidade, erros na execução de projetos, falta de manutenção, métodos e técnicas ultrapassados e falta de fiscalização e de mecanismos de controle. Para Padovani, é injusto que os cidadãos paguem, por meio de impostos, por estradas e rodovias em péssimas condições. O tucano propõe que uma das soluções ao problema seja entregar a manutenção das vias à iniciativa privada, com cobrança de pedágio daqueles que efetivamente a utilizam no dia a dia.
“Quem não tem carro é que está pagando o asfalto, porque a União pega o dinheiro do nosso Orçamento e faz o pavimento. E esse dinheiro vem do cadeirante, do catador de papel e de várias pessoas que não tem carro. O que nós temos que fazer é cobrar pedágio em todo o Brasil, entregar para a iniciativa privada. Não é justo hoje que haja essa malha viária caríssima e as pessoas paguem por um asfalto que não existe, que não usam”, disse o tucano.
Um dos problemas mais graves mencionados pela CNT, a falta de fiscalização nas estradas, pode fazer com que muitas obras sejam entregues fora dos padrões mínimos de qualidade, exigindo novos gastos que podem corresponder a até 24% do valor total da obra.