Renúncia de Eduardo Cunha abre caminho para retomada da normalidade na Câmara, avaliam tucanos

Com a renúncia do peemedebista, Câmara articula nova eleição para escolher presidente com mandato até fevereiro de 2017

Imprensa - 07/07/2016

Deputados do PSDB comemoraram nesta quinta-feira (7) a renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados com a avaliação de que a sua saída abre caminho para a Casa retomar a normalidade de seus trabalhos. O peemedebista estava afastado da presidência desde o dia 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o seu mandato por tempo indeterminado.

Após o anúncio feito por Cunha no Salão Verde da Câmara, no final da manhã desta quinta, a carta de renúncia foi lida no plenário da Casa pelo primeiro-secretário, deputado Beto Mansur (PRB-SP). A carta deve ser publicada no “Diário Oficial da Câmara” nesta sexta-feira (8), o que abre caminho para o início do processo de nova eleição para o comando da Casa Legislativa.

Com Eduardo Cunha definitivamente fora da Presidência, a Casa tem agora todas as condições de avançar na conclusão do seu processo de cassação. A avaliação é do vice-líder do PSDB, deputado Betinho Gomes (PE).

“A renúncia dele é tardia e não atenua em nada sua situação perante seus pares. É preciso destacar que não há mais amarras políticas para que sua cassação não avance na Câmara. Cunha quebrou o decoro parlamentar e precisa ser cassado por isso. Temos que dar um ‘tchau querido’ para ele em definitivo”, opinou o tucano.

O vice-líder do PSDB disse ainda que a credibilidade da Câmara só será retomada por completo com a aprovação, em plenário, da perda do mandato do peemedebista. “A renúncia do senhor Eduardo Cunha não é o fim em si. A Câmara só se reaproximará do povo se levar a cabo o processo que há contra ele na CCJ”, finalizou.

Gestão Atrapalhada

A saída de Cunha abre espaço para a entrada de um novo presidente na Casa. O interino Waldir Maranhão (PP-MA) tem prazo de cinco sessões plenárias para realizar o novo pleito. O presidente eleito deve ficar no cargo até fevereiro de 2017, quando haverá nova eleição.

“A renúncia abre caminho para que a Câmara volte a trabalhar em sua normalidade, colocando um ponto final na trapalhada gestão de Waldir Maranhão”, afirmou o deputado Bruno Covas (SP). “Agora é hora de trabalhar para que o novo presidente seja um parlamentar comprometido com a decência e a transparência”, declarou o deputado Luiz Carlos Hauly (PR).

O tucano Carlos Sampaio (SP) também cobrou a saída de Maranhão da presidência. “O “reinado” de Maranhão acabou! Com a renúncia de Eduardo Cunha, teremos nova eleição, pondo fim à vergonhosa presidência do Maranhão. Com novo presidente, eleito por nós, teremos condições de enfrentar os enormes desafios que o país tem pela frente”, completou.

Os parlamentares do PSDB avaliam que a Câmara ficou praticamente sem rumo sob a gestão de Maranhão. “A renúncia de Eduardo Cunha é um grande fato, não por Cunha em si, mas por significar o fim do “reinado” de Waldir Maranhão”, disse Paulo Martins (PR).

* Com informações da Liderança do PSDB na Câmara

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07/07/2016