Richa critica PT e defende mudanças para reduzir o peso da máquina pública

Foto: Ricardo Almeida / ANPr
Brasília (DF) – Com as contas equilibradas depois de passar por um duro ajuste fiscal no ano passado, o Paraná, administrado pelo governador Beto Richa (PSDB), é hoje a quarta economia do país. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (26), o tucano defende mudanças para reduzir o peso da máquina pública. Segundo ele, a crise econômica instalada pelo governo do PT atingiu a todos, trazendo dificuldades enormes para os gestores. “Em mais da metade dos estados, os governadores já manifestaram que, se não houver ajuda federal, vão decretar calamidade financeira, a situação é realmente caótica”, afirmou.
Para Richa, a crise deixada pela ex-presidente Dilma Rousseff foi tão “aguda” que uniu os governadores. Na avaliação dele, agora é hora de aproveitar para mudar uma série de questões que vêm se arrastando há tempos nas administrações públicas, como o peso da folha de pagamentos. “Muitos governadores se manifestaram dizendo que falta pouco para virarmos gerentes de recursos humanos nos nossos estados. E com o crescimento vegetativo da folha, mais dia, menos dia, todos os estados e prefeituras vão quebrar”, explicou.
Questionado sobre o ajuste promovido em 2015 no Paraná, o tucano declarou que, apesar de sua popularidade ter sido abalada na época, as medidas foram necessárias para o avanço econômico do estado.
“Conseguimos amenizar a situação do Paraná com o ajuste fiscal que fizemos. Logo que assumi, adotei medidas de austeridade, mas vendo a deterioração da economia, no final de 2014, tive a determinação de fazer o ajuste. Paguei um preço caríssimo, mas estou com a consciência tranquila porque cuidei do futuro do meu estado em detrimento da minha popularidade”, ressaltou.
O governador também defendeu que é hora de o governo do presidente Michel Temer adotar as reformas previstas para corrigir os rumos do país. “O governo precisa ter a coragem para fazer a mesma travessia difícil que fizemos no Paraná. São medidas duríssimas, mas tem de enfrentar interesses corporativos. A demora era compreensível em função do impeachment que se aguardava. Não se queria causar marola durante esse processo. Com a confirmação no cargo, agora é a hora”, disse.
PT
Em relação ao desgaste do PT, Richa ressaltou que a rejeição ao partido está “clara” e foi confirmada com o impeachment de Dilma. “São os escândalos, a corrupção, a situação dificílima que atravessa o país. Uma crise sem precedentes, com 12 milhões de brasileiros desempregados. Muitas empresas fechando as portas. O PT inchou demais o governo federal. Precisamos adotar a meritocracia. Todos queremos a eficiência da máquina pública”, avaliou.
Sobre o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter virado réu pela segunda vez na Operação Lava Jato, o tucano reiterou a fragilidade do partido neste momento. “Um homem passar de mito a não ter, muitas vezes, condição de andar na rua. Não dá para menosprezar a inteligência do povo. Achar que pode tudo e é inatingível”, destacou.
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