Rodovia Interoceânica não cumpre promessa de Lula de integrar comércio do Brasil ao Peru

A Rodovia Interoceânica, que liga o Brasil ao Peru, foi planejada para integrar o país aos vizinhos andinos e dar acesso aos portos peruanos no Pacífico. A construção – que começou no governo Lula – foi concluída em cinco anos e tinha como promessa a integração comercial ao facilitar o acesso ao Oceano Pacífico. O principal produto a ser escoado pela estrada seria a soja, produto brasileiro exportado para a Ásia, com menor custo e redução do tempo de viagem em cinco dias. No entanto, não foi o que aconteceu.
De acordo com o último levantamento sobre o movimento na BR-317 no trecho brasileiro, a média de circulação era de sete veículos comerciais por hora. Ou seja, uma média muito baixa diante das projeções do projeto de construção da rodovia. Autoridades peruanas garantem que não tem produto brasileiro transitando a caminho dos portos no Peru. O deputado federal Major Rocha (PSDB-AC) critica as falsas promessas de Lula e destaca que a obra foi utilizada pelo PT para arrecadar fundos de forma ilegal para a campanha de 2010.
“Ela [a rodovia] foi vendida pelo ex-presidente Lula e pelo governo do PT no Acre como se fosse uma rodovia que ia trazer progresso para a região e ia fazer a interligação entre os dois oceanos. Na verdade, o que se descobriu foi que, primeiro, os 700 km que foram construídos pela Odebrecht facilitaram a arrecadação, segundo os delatores, de R$ 2 milhões só em uma campanha – a campanha de 2010 para o PT. E de fato, a rodovia não gerou os efeitos que se esperava. Além de ter sido uma obra que custou mais de quatro vezes o orçamento inicial.”
A BR-317 tem, ao todo, 2,6 mil quilômetros, e teve sua a maior parte “bancada” por empreiteiras brasileiras. Na época em que foi construída, com base no projeto, especialistas já acreditavam ser improvável que a estrada virasse um corredor para a exportação de soja, minério e outras commodities brasileiras para a Ásia, por ser muito sinuosa e estreita – uma pista sem acostamento. Rocha relata que, além dos problemas da estrada – que impede o trânsito de carregamentos por ali -, o Acre não tem tido produção para exportar a outros países. Hoje, o Acre é um estado que depende de produtos de fora para abastecer a sua população.O parlamentar culpa o PT, que está no comando do Estado há quase 20 anos, pelo atraso do Acre.
“O Acre não apostou na produção. Nós já tivemos no Acre o maior laticínio da região Norte. O Acre, hoje, não produz praticamente nada. Nosso rebanho bovino era cinco vezes maior do que o estado vizinho, de Rondônia. Hoje, inverteu-se a situação. O Acre ficou parado no tempo. O Acre apostou no extrativismo. E isso provou que o estado não avançou, pelo contrário, o estado ficou mais dependente dos repasses da União.”