Rombo recorrente nos fundos de pensão preocupa trabalhadores

Notícias - 24/04/2017

Há cinco anos consecutivos, os fundos de pensão têm fechado no vermelho. De acordo com levantamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), em 2016 o rombo foi de R$ 70,6 bilhões, 10% menor do que o verificado no ano anterior, que foi de quase R$ 78 bilhões. Mesmo com a pequena queda no déficit, os participantes ainda se preocupam com a rápida velocidade de crescimento do rombo no sistema. Em 2012, o déficit era de R$ 9 bilhões e subiu para R$ 21 bilhões no ano seguinte e terminou em R$ 31 bilhões em 2014.

Conselheiros que representam os participantes atribuem os prejuízos à má gestão dos governos Lula e Dilma. Eles relatam que os governos do PT pressionavam as entidades a dividirem os custos e o risco de projetos duvidosos. O economista e deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) concorda com os conselheiros e destaca a necessidade de haver mais rigor na escolha dos gestores desses fundos.

“Os fundos de pensão são uma poupança sagrada daqueles trabalhadores que têm a sua previdência complementar. Por isso, a boa gestão, profissional, honesta e transparente, é necessária. Lamentavelmente, vivemos 13 anos e 4 meses de promiscuidade, incompetência, de má gestão. É lamentável toda essa herança maldita que deixaram. E quem vai pagar a conta? São os funcionários das estatais brasileiras.”

Para cobrir o rombo, os participantes estão tendo que desembolsar mais dinheiro para os planos por meio de contribuições extras. Hauly defende a aprovação urgente na Câmara dos Deputados do projeto de lei Complementar 268/16 que visa dificultar o aparelhamento dos fundos de pensão de estatais por partidos políticos. A proposta, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), prevê mecanismos para uma gestão mais transparente e profissional dos fundos de pensão.

“Gestor de dinheiro público tem que ser altamente idôneo, transparente, fazer prestação de contas. Então, tem que ter o máximo de rigor e o controle de toda a sociedade. Existe uma secretaria dentro do Ministério da Previdência especializada nessa fiscalização e uma nova Lei pode ajudar aumentar o rigor e a exigência desse gestor nessa habilidade tão importante para a vida dos trabalhadores.”

São mais de 7 milhões de pessoas afetadas pela má administração, entre participantes que estão na ativa, dependentes e assistidos. Os fundos de pensão são formados por 307 entidades, que administram 1.137 planos de benefícios. Juntas, detêm quase R$ 800 bilhões em investimentos, que representam 12,6% do PIB nacional.

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24/04/2017