Salário mínimo não é tema para demagogia
A discussão em torno da fixação do valor do novo salário mínimo está sendo abordada indevidamente pelos partidos, mesmo aqueles da base governista.
Não há um brasileiro sequer que não defenda um valor justo e necessário para a sobrevivência de um trabalhador.
A questão é saber qual o valor possível num contexto em que há a vinculação do mínimo com o sistema previdenciário – e a Previdência é o maior problema das contas públicas brasileiras e não pode ser esquecida – e a maioria das prefeituras se ressente de recursos para bancar sua folha salarial.
Quem administra um País com seriedade ao apreciar reivindicações, mesmo que justas, precisa considerar as condicionantes que dificultam seu atendimento.
É neste contexto que o PSDB vem defendendo um aumento real do salário mínimo com a proposta superior aos R$ 150,00 já garantido pelo Partido e aceito pelo Governo Federal. Somos a favor de um mínimo de R$ 160,00, como anunciou o líder do Partido na Câmara dos Deputados, Aécio Neves.
Mas não agimos irresponsavelmente e nem usamos um tema caro ao trabalhador para fazer demagogia partidária. Esse tema não é novo no nosso programa partidário. Outros partidos é que, publicamente, trazem o assunto como novidade.
O PSDB sempre defendeu o poder aquisitivo dos trabalhadores e a estabilidade do custo da cesta básica é o maior exemplo disso ao longo dos últimos seis anos.
Agora, o bloco PSDB-PTB tem condições de conduzir o assunto com seriedade na Comissão Mista que analisa o assunto e é relatada por um dos seus integrantes. Em qualquer decisão não se pode esquecer os efeitos sobre a Previdência e nem abalar o ajuste fiscal que está sendo construído com muito esforço pela população brasileira.
A discussão é oportuna, também, porque nesse momento se discute o teto salarial do funcionalismo público. É interessante observar como o teto salarial mobiliza segmentos tão poderosos na fixação de valores tão elevados para os padrões da sociedade brasileira. Nesse caso, as condicionantes econômicas e políticas devem ser consideradas e o PSDB está atento para não aumentar ainda mais o fosso entre os poucos que recebem muito e os muitos que recebem pouco.