Saúde foi o que mais encareceu em 2016 na inflação deixada por Dilma
O brasileiro vem pagando um preço alto pela saúde. Somente no ano passado, as mensalidades dos planos subiram 13,55%, mais que o dobro do índice geral da inflação, que avançou 6,29%. O percentual configura como a maior alta nos preços do serviço em 19 anos de acordo com a inflação oficial medida pelo IBGE, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) aponta a crise econômica como responsável pelo encarecimento do serviço. Para o tucano, a situação atual é dramática.
“Nós temos hoje uma situação dramática. Porque houve o aumento dos desempregados, o empobrecimento da população, houve ao mesmo tempo uma redução da arrecadação de impostos no país por conta da recessão econômica. Portanto, há menos recursos para os programas, inclusive, para a área de saúde, e ao mesmo tempo, os planos de saúde estão cada vez mais caros. Ou seja, nós estamos fazendo um processo de exclusão de quem gostaria de ter um plano, e ao mesmo tempo estamos sobrecarregando o SUS.”
Em 2016, o teto para o reajuste anual estabelecido pela Agência Nacional de Saúde (ANS) foi de 13,57% para os planos de saúde individuais e familiares — o maior já autorizado e o 13º acima da inflação. Na Região Metropolitana do Rio, por exemplo, o aumento atingiu o percentual máximo, de acordo com o IPCA.
O deputado Vitor Lippi sugere a criação de planos de saúde mais populares para atender a população brasileira. “Eu entendo que deve haver uma flexibilização e uma possibilidade de democratizar mais o acesso, de flexibilizar os planos para que hajam planos mais populares. A Agência Nacional de Saúde deve rever em função do interesse público. Interesse de dar oportunidade para que mais brasileiros possam ter planos de saúde.”
Enquanto os planos de saúde encarecem em todo país, os preços dos remédios também tiveram um acréscimo de 12,5%, o maior em 16 anos. Tanto as operadoras de saúde quanto as fabricantes de medicamentos repassaram aos consumidores todo o aumento autorizado pelo governo. Os preços são monitorados pelo Ministério da Saúde, e pela legislação em vigor, os reajustes são divulgados até o dia 31 de março de cada ano.