Senado deve debater cartilha que apelida consumidor

Notícias - 30/10/2018
Foto: Agência Senado

Uma cartilha publicada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça (MJ), foi distribuída para todos os Procons do país, onde classifica os consumidores por perfis. A cartilha, intitulada “Treinamento: excelência no atendimento” tem o objetivo de repassar orientações para os atendentes do Procon para análise e registro das queixas de clientes insatisfeitos.

O documento está causando alvoroço por usar apelidos para cada tipo de perfil, como por exemplo, “rambo”, que seria aquele que chega explodindo com tudo e todos, e “roda presa”, apelido para caracterizar aquele que não se mexe e espera que a melhor solução apareça.

De acordo com a Rádio Senado, a cartilha foi considerada pelos consumidores como uma brincadeira de mau gosto. As Associações dos Procons chegaram a se manifestar contra o documento.

Segundo entrevista que o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) deu à rádio, a criação da cartilha foi uma falta de respeito para com os consumidores.

“Acho que as pessoas que criaram essa cartilha desconhecem a importância do nosso consumidor. O consumidor que é injustiçado e lesado no país. Devem desconhecer também que são os consumidores que fazem parte da grande cadeia da força motriz que gira a economia de um país, de um estado e de um município”.

Ataídes disse ainda que espera que os Procons não utilizem a cartilha, pois o consumidor já está inseguro no momento de consumir. O senador espera que voltem atrás o mais rápido possível.

O tucano ainda destacou que quer debater a questão em comissão. “O requerimento para aprovação na quarta-feira já está protocolado. Vamos aprovar em Plenário e fazer a primeira audiência imediatamente. Vamos chamar responsáveis pela criação da cartilha e representantes dos consumidores”, contou.

Ataídes ressaltou que é exatamente o consumidor que gera emprego e renda no país. “Em outros países os consumidores são mais respeitados e as pessoas não teriam o atrevimento de criar um documento desse tipo”.

Ana Clara Arantes, estagiária sob supervisão. Com informações da Rádio Senado

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30/10/2018