Senador tucano diz que número de desempregados é maior que o divulgado pelo IBGE
O número de desempregados no Brasil pode ser ainda maior do que os 11,4 milhões divulgados no último mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A conclusão do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) é baseada no fato de a instituição não incluir nas estatísticas aqueles que estão sem trabalho, mas recebem o seguro-desemprego, assim como os desalentados, que perderam o trabalho, foram em busca de outro, mas desistiram da procura nos 30 dias anteriores à aplicação da pesquisa, o que altera o resultado do levantamento.
De acordo com o senador, se a metodologia for modificada, o número de desempregados pode chegar a 25 milhões. Após audiência pública realizada nesta quarta-feira (6) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado sobre os critérios e a metodologia de cálculo da taxa de desemprego no Brasil, o tucano reforçou a necessidade de se rever o método atualmente utilizado para essa medição.
“Foi uma audiência de extrema valia, principalmente para mim, porque eu sempre disse que essa metodologia de cálculo de desemprego no Brasil feita pelo IBGE não retratava a verdadeira situação do desemprego. E hoje isso foi constatado. E eu vejo isso como um risco muito grande, principalmente para o presidente Michel Temer. Ele precisa ter a verdadeira situação do desemprego no Brasil, porque senão ele vai ficar com essa fatura maldita do PT.”
Convidado para a discussão, o assessor da diretoria de pesquisas do IBGE, Cláudio Crespo, afirmou que novos indicadores de subutilização da força de trabalho serão adicionados às pesquisas do instituto para serem divulgados. Com isso, o instituto busca dar mais detalhes sobre o mercado de trabalho e abranger situações que não constam na atual taxa de desemprego.
“Hoje o país tem, de fato, uma taxa de desocupação que permite comparação entre todos os Estados e que permite uma leitura da conjuntura de estatística do trabalho. Hoje conhecemos a conjuntura do mercado de trabalho. Mas para além da taxa de desocupação, o que nós iremos divulgar são outras medidas de subutilização de mão de obra. À medida que esses indicadores forem divulgados, novas informações nós teremos sobre o mercado de trabalho.”
No debate também estiveram presentes representantes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, e do escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil.