Serra critica pirataria de idéias e programas
Em discurso no seminário promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, em Brasília, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador José Serra, disse que o PSDB quer combater “aqueles que fazem a pirataria de idéias e programas”. Sem citar nominalmente quem quer que seja, o candidato tucano citou vários programas e projetos bem-sucedidos implantados pela social-democracia e exortou a militância tucana a olhar para a frente e se informar sobre os avanços obtidos a fim de se preparar para a campanha eleitoral. “A militância deve valorizar o que já foi feito”, disse. Ele deu como exemplo o fato de o Orçamento da União deste ano transferir R$ 27 bilhões para setores vulneráveis da sociedade, por meio de programas sociais que nem sempre são conhecidos pelas pessoas que farão a campanha.
O pré-candidato listou a saúde e a educação como suas prioridades na área social, caso seja eleito. Mas salientou, no entanto, que a criação de empregos é a grande demanda da população hoje. Para ele, não há política social sem privilegiar o emprego. Isso se faz, ensinou, atraindo investimentos e desenvolvendo o País como um todo. O emprego, segundo ele, é parte fundamental da estratégia econômica que está sendo montada em seu programa econômico.
O pré-candidato citou também o turismo e o apoio às exportações como partes importantes do seu programa. E, mais uma vez, voltou a afirmar que “o Brasil não será uma potência econômica, se não for uma potência social”. E, para tanto, Serra garante ser possível fazê-lo sem tirar o Brasil do rumo, da estabilidade. “Tudo contra a desigualdade, mas sem tirar o País do rumo”, afirmou.
Entre outras conquistas do governo federal nesses sete anos, o senador citou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PET), que já beneficiou 800 mil crianças, a bolsa-escola e a bolsa-alimentação (para crianças de 0 a 6 anos), afirmando que o governo “não fez tudo, mas fez muito”. O pré-candidato do PSDB citou ainda o Programa Seguro-Desemprego, de sua autoria, assim como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) como importantes conquistas dos trabalhadores brasileiros acrescentando que este projeto representa o maior benefício social do País depois da Previdência.
Metas privilegiam emprego, saúde e educação
José Serra listou ainda suas metas para a saúde: reduzir a mortalidade infantil de 29 por mil nascidos para 20 nos próximos quatro anos; reduzir a mortalidade materna nos partos feitos pelo SUS de 27 por mil para 20; e garantir uma equipe médica para cada família brasileira; por fim, disse que os remédios terão preço fixo com a diferença sendo paga com subsídios do governo. “Isso é usar o mercado para beneficiar os consumidores”, disse.
Na educação, o senador José Serra disse que agora a prioridade será investir na qualidade e na garantia da pré-escola para toda a população. Defendeu ainda que o aluno fique em tempo integral na escola, não só estudando matérias curriculares, mas cumprindo outras atividades. Garantiu ainda que vai investir no ensino médio e no ensino profissionalizante. Quanto ao ensino superior público, pretende criar cursinhos com preços subsidiados para os alunos que não têm renda e pretendem entrar na universidade. Assim, acredita ele, pode-se acabar com o círculo vicioso de que só entra para a universidade pública aqueles que têm maior renda.
A vinculação de empréstimo público como o do BNDES às empresas que investirem em contratação de aprendizes, segundo o senador, será outra de suas políticas caso seja eleito Presidente da República.
Para o senador José Serra, o desafio agora é aprofundar as políticas sociais existentes, sem desorganizar a economia. “É possível fazer estratégias econômicas competentes. Não há nada de errado com o Brasil que não possa ser consertado, e nós vamos fazêlo”, prometeu, finalizando: “A política é a arte de ampliar o possível”.