Serra diz que começo do governo Dilma é “lamentável”

Em entrevista ao jornal O Globo, ele acusa a presidente de troca de favores “não republicanos”

Notícias - 21/02/2011

Em entrevista ao jornal O Globo, ele acusa a presidente de troca de favores “não republicanos”

Brasília (20) – “Lamentável”. Em uma palavra o candidato do PSDB nas últimas eleições presidenciais resumiu os primeiros movimentos políticos e administrativos do governo Dilma Rousseff. “Está à vista de todos: oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares. O valor do mínimo está sendo usado para o governo evidenciar ao mercado um rigor fiscal que ele absolutamente não tem”, avalia José Serra, em entrevista ao jornal O Globo, desta segunda-feira.

O ex-governador de São Paulo mostra que já é possível constatar que Rousseff fez promessas eleitorais que não estão sendo cumpridas. “O destaque é o estelionato eleitoral. Há quatro meses falavam em investir num monte de coisas, milhões de casas, milhões de creches, de quadras esportivas, de estradas, de ferrovias. A realidade é que está tudo parado, a herança maldita deixada por Lula é gigantesca em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização”, alerta.

Serra também chamou a atenção para a montagem do governo da petista dizendo que “foi um festival de barganhas”. E lamenta que “antes de terminar o segundo mês, ainda tivemos o bloqueio a um salário mínimo melhor, o escândalo de Furnas e a não apuração dos escândalos da Casa Civil. Não é à toa que a presidente fala pouco e nunca de improviso. O atual governo optou por fingir que nada disso é com ele”, afirma.

Tanto durante a campanha eleitoral quanto em recente visita ao Congresso Nacional para esclarecer a proposta do salário mínimo de R$ 660, o então candidato defende a redução de gastos, como aqueles feitos com milhares de cargos comissionados e de subsídios, para permitir um reajuste maior.

“Por que não começam pelos cortes de cargos comissionados ou dos subsídios, como os que são entregues ao BNDES? São uns 3% do PIB, R$ 110 bilhões. O governo está inflando despesas de maneira enganosa ou vai falir o país em um ano. Dou um exemplo: as despesas de custeio foram de R$ 282 bilhões em 2010. O orçamento deste ano diz que o governo vai gastar R$ 404 bilhões: um aumento de 43%. Os restos a pagar do governo Lula se elevam só neste ano a R$129 bilhões. Quer apostar como vão cancelar muitos dos projetos, depois de servirem como instrumento para atrair votos na campanha?”, aponta Serra.

Veja a íntegra da entrevista

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21/02/2011