Serra diz que PSDB vai ter palanque forte em Minas
É a certeza do pré-candidato em visita a Divinópolis
“O PSDB está em situação privilegiada em Minas Gerais. Temos dois nomes muito fortes para concorrer ao governo estadual e tenho certeza de que nosso candidato vai ganhar a eleição”.A afirmação foi feita ontem (dia 7) pelo pré- candidato do PSDB à Presidência da República, senador José Serra, depois de um encontro com empresários e lideranças políticas do centro-oeste mineiro, em Divinópolis. O ex-governador Eduardo Azeredo, que acompanhou o senador na visita, também afastou o risco do PSDB ficar sem palanque em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País. Azeredo e Aécio Neves, presidente da Câmara dos Deputados, são os dois nomes cotados para disputar o governo de Minas pelo PSDB. Com o quadro estadual ainda indefinido, ambos estudam ainda a proposta de concorrer ao Senado.
José Serra descartou a hipótese de interferência nacional na decisão do PSDB de Minas. “Em questão de política mineira eu sou aluno e não professor” brincou o senador. Ele disse, no entanto, que não acredita na possibilidade de um terceiro nome como candidato do PSDB no Estado: “O meu palpite é que será um dos dois (Aécio ou Azeredo)”. Serra minimizou o apoio do governador Itamar Franco, do PMDB, ao pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que não tem nenhum problema com o governador mineiro. “Quando um não quer, dois não brigam”, resumiu.
Durante o encontro com as lideranças do Prodecom (Programa de Desenvolvimento do Centro Oeste Mineiro), Serra criticou as turbulências do mercado financeiro, “fruto de um nervosismo equivocado em relação à eleição e de ignorância com relação à solidez da economia brasileira”. Garantiu, entretanto, que esse quadro não o preocupa, já que ele vai ganhar a eleição e tem programa de governo, preparo e experiência para enfrentar o problema.
O Prodecom , um programa que congrega comunidade, empresários e poder publico de 77 municípios do centro-oeste mineiro para o desenvolvimento da região, foi apontado, por Serra, como uma experiência bem sucedida que deve ser repetida em todo o País. Ele destacou a importância da parceria entre setor publico e privado e apontou o centro-oeste mineiro como região modelo para organização da área produtiva. Os pólos de indústria têxtil e de confecção, moveleira, de calcados, de agronegócios, de fogos de artifício, minero-metalurgia impulsionaram o desenvolvimento e a geração de empregos na região. Do total da produção, 5% já é exportado. As lideranças empresariais avaliam que esse potencial de exportação pode chegar a 25%.
O incentivo à exportação, como grande instrumento de crescimento econômico e geração de empregos, foi ressaltado pelo pré-candidato do PSDB como uma das prioridades de seu programa de governo. “Para crescer mais, é preciso ter juros menores e, para isso, e preciso ter mais dólares. A solução e exportar e substituir importações”, afirmou. A estratégia, que inclui um ministério especifico para centralizar as questões de comercio exterior, tem sido “copiada por outros candidatos”, alfinetou Jose Serra, lembrando que, e preciso ter vontade política e persistência para tirar as propostas do papel.
Jose Serra aproveitou a viagem a Divinópolis para conhecer de perto uma pequena fábrica de confecção na cidade. Cumprimentou as costureiras, distribuiu autógrafos, abraços e sorrisos. Ao final, num pequeno palanque improvisado, assegurou que, se eleitor, não vai resolver o problema do Brasil de uma hora para outra, mas vai, sim, fazer um Brasil bem melhor. Diante de uma platéia quase exclusivamente feminina, fez questão de lembrar que sua vice, a deputada Rita Camata, do PMDB, reflete a importância cada vez maior da mulher na vida publica brasileira.