Serra prevê crescimento e menos imposto
Tucano diz ser possível ampliar investimentos em programas sociais e diminuir a carga tributária, ¥se a economia crescer de 4,5% a 5% ao ano¥
O presidenciável do PSDB, senador José Serra, acredita que o futuro governo pode ampliar seus investimentos em infra-estrutura e programas sociais. “Se a economia crescer de 4,5% a 5% ao ano, o que não é nenhum objetivo irrealista, dá para aumentar o gasto público real em 3% ao ano e, mesmo assim, diminuir a carga tributária ou aumentar o superávit primário.“ Serra argumentou que não há contradição nisso. “Nós temos de responder ao desafio do crescimento.“
O crescimento econômico a que fez referência poderá ser atingido, segundo Serra, em quatro anos. O candidato disse que o governo Fernando Henrique Cardoso “cumpriu certas missões“, citando a estabilização econômica, a austeridade fiscal e a implantação de políticas sociais. “FHC não fez tudo nem deixou de errar“, declarou. “Mas ele pôs o País no rumo.“
Ontem, em Porto Alegre, Serra visitou os jornais Zero Hora e Correio do Povo. Ele referiu-se à discussão do crescimento econômico e de projetos sociais como prioridades da sua campanha, sugerindo, implicitamente, que a imprensa se preocupe mais com os projetos do que com as negociações entre partidos e a troca de acusações entre candidatos, assuntos que qualifica de tititi e se recusa a comentar.
Em entrevista coletiva, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Serra avisou que não falaria sobre a nova crise do governo federal com o PFL, após a intimação da Polícia Federal para a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL) depor sobre fraudes na Sudam. “Eu realmente quero, na campanha, discutir teses, idéias sobre o Brasil, propostas“, afirmou. “Não vou entrar nessa coisa de que o PFL disse isso, disse aquilo.“
Serra elogiou o ex-ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente), irmão de Roseana. “No governo Fernando Henrique Cardoso a gestão Sarney Filho foi bem“, comentou. “O Zequinha foi um bom ministro, mas ainda temos de avançar muito nessa área.“
O tucano reiterou que o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) é um “excelente nome“ para a vaga a vice-presidente, mas ressaltou que a definição dependerá do PMDB. “Não há pressa para a definição do nome.“ Segundo Serra, mesmo que o leque de alianças aumente, a vaga do candidato a vice na chapa presidencial tucano deverá sair do PMDB, “pelo tamanho do partido e por entendimento anterior do partido com o PSDB“.