Serra se compromete a manter meta de superávit

Para candidato, decisões da equipe econômica não vão impor ¥sacrifícios penosos¥ ao País

Notícias - 14/06/2002

BRASÍLIA – O candidato do PSDB à Presidência da República, senador José Serra, comprometeu-se ontem a, caso eleito, manter em 2003 a meta de superávit primário de 3,75% do PIB. Serra manifestou, ontem mesmo, apoio às medidas econômicas anunciadas no mesmo dia pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A avaliação do candidato é que as novas medidas não vão impor “sacrifícios penosos“ ao País.

Segundo ele, a mudança na meta do superávit não prejudicará também os investimentos que estão sendo previstos agora em seu programa de governo. “Confio na estabilidade da economia“, afirmou.

Serra considerou pequena a elevação da meta de superávit primário, o que, avalia, garantirá o crescimento econômico. “A meta não imporá sacrifícios penosos ao País“, disse ao avaliar o impacto das medidas para este ano. Conforme o raciocínio do candidato tucano, os eventuais sacrifícios serão compensados pela estabilidade da economia brasileira. “Sem estabilidade, as conseqüências seriam penosas. E eu estou preocupado é com a garantia de estabilidade“, ressaltou.

Serra fez questão, ainda, de afirmar que a equipe econômica agiu corretamente. “O ministro Pedro Malan e o presidente Armínio Fraga estão atuando no sentido de manter a estabilidade. E a estabilidade é a condição necessária para fazer as coisas boas“, disse, reforçando sua opinião de que as medidas adotadas foram corretas.

Comemoração – O candidato tucano chamou atenção ainda para duas medidas: a redução do piso de reservas cambiais de US$ 20 bilhões para US$ 15 bilhões e o excercício ao Direito Especial de Saque (DES) junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele reconheceu a necessidade de adotar medidas voltadas para estabilizar a economia neste momento de tensão no mercado, por conta do processo eleitoral. E comemorou o fato de a reação do mercado já ter sido positiva ontem mesmo.

Em relação ao FMI, José Serra disse que, caso eleito, vai atuar da mesma forma como o governo vem fazendo hoje. Ele reafirmou sua convicção de que é o melhor candidato para garantir a estabilidade, destacando por exemplo alguns requisitos, como coerência de idéias e proposição, mas não assumiu o discurso do caso em relação aos adversários: “Garanto que outros candidatos não fariam diferente em relação ao FMI.“

O candidato voltou a dizer que “um bom resultado das eleições vai desinflar as pressões sobre o dólar“ e “permitir o alongamento natural dos prazos de rolagem da dívida pública“. Na sua avaliação, essa pressão sobre o dólar não terá fôlego por muito tempo.

Em entrevista em seu gabinete no Senado, Serra repetiu que é o candidato com mais condições para manter a estabilidade econômica. “Todas as candidaturas são apresentadas como a melhor para resolver os problemas do País. Vocês já viram algum concorrente dizer que eu sou a melhor alternativa? Não“, disse. “Só faltava você não poder dizer que não tem condições de governar o País por causa do patrulhamento da oposição e daqueles que querem servir à oposição.“

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14/06/2002