Serra sugere adiamento da chefia da Venezuela no Mercosul e ministra venezuelana reage de forma ríspida

Imprensa - 06/07/2016

Depois que o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), sugeriu adiar a data para que a Venezuela assuma a chefia do Mercosul, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, reagiu de forma agressiva à proposta do tucano. Por meio de uma rede social, a ministra disse que rejeita as declarações de Serra, e as classificou como insolentes e amorais.

O cronograma do Mercosul prevê a Venezuela como a próxima na presidência rotativa do bloco. O adiamento seria até agosto e, daqui até lá, seria realizada uma reunião do bloco econômico com a pauta focada na Venezuela. Serra pediu o adiamento ao justificar que o país não cumpre certas condições “em matéria de normas e questões cambiais”.

O titular da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) defende a sugestão de Serra e afirma que a nação venezuelana sofre com problemas que deveriam ser resolvidos antes de assumirem o comando do Mercosul.

“Em primeiro lugar, a chanceler tem que fazer uma autocrítica sobre o seu país, os problemas de seu país e a forma como ele vem sendo conduzido tanto internamente, quanto externamente. É um país com seríssimos problemas, gravíssimos problemas, com uma ditadura. Essa é a grande realidade. E com consequências desastrosas para a população. Independente dos eventuais desgastes que isso possa ocorrer, o Brasil tem um papel importante, e tem que se posicionar de forma clara, buscando os seus interesses.”

Ao contrário dos gestores petistas, Serra tem se distanciado da Venezuela. O tucano criticou o governo de Nicolás Maduro por acreditar que o venezuelano viola princípios democráticos e humanitários do país. O deputado Miguel Haddad destaca a importância do Brasil nesse momento de tensão na Venezuela.

“Eu diria que, a grande verdade, é que nós não podemos nos calar frente aos problemas que acontecem na Venezuela, e que são de conhecimento público e mundial. O Brasil tem que se posicionar. Tem que deixar claro o que pensa sobre isso. E isso não é uma questão de ingerência mais, é uma questão humanitária. Nós estamos discutindo agora uma questão humanitária.”

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06/07/2016