Suspensa do Mercosul por não respeitar cláusulas, Venezuela se diz “vítima de golpe”

Imprensa - 14/12/2016

selogd_venezuelaBrasília (DF) – Com os direitos de voz e voto suspensos no Mercosul, por conta do desrespeito a cláusulas obrigatórias para a participação no bloco, a Venezuela ainda se recusa a aceitar a decisão unânime dos países membros que transferiu a presidência temporária do Mercosul para a Argentina, em reunião de chanceleres nesta quarta-feira (14), em Buenos Aires. Apesar de não ter sido convidada para a solenidade, a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez foi à capital argentina e tentou entrar à força na reunião.

As informações são de reportagem publicada no portal da revista Época Negócios. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai aprovaram, no último dia 02, a suspensão da Venezuela do Mercosul. O país falhou em cumprir uma série de requisitos condicionantes para a sua permanência no bloco, entre eles normas aduaneiras e de direitos humanos. Em resposta, a Venezuela abriu um processo do tribunal de controvérsias do Mercosul contra a decisão.

Para a ministra das Relações Exteriores venezuelana, seu país foi “vítima de um golpe dentro do Mercosul”. A chanceler também afirmou que os demais países do bloco “não respeitam a diversidade de ideias”.

Integrante da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara, o deputado federal Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA) destacou que a decisão brasileira e dos demais membros do Mercosul de suspender a Venezuela do bloco foi tomada de forma acertada e democrática, coisa que não acontece no governo do presidente Nicolás Maduro.

“A posição do Brasil foi muito firme em defesa dos valores democráticos e de convivência pacífica e respeitosa entre todos os países do Mercosul. A decisão foi unânime para que a presidência ficasse com a Argentina porque é evidente que a Venezuela não cumpre as cláusulas desse bloco”, avaliou.

O tucano lamentou a postura venezuelana de, além de não aceitar a decisão unânime e democrática, atacar os países do Mercosul e tentar se colocar como vítima de um golpe. Para ele, a tentativa da chanceler Delcy Rodríguez de entrar à força na reunião não passou de uma jogada de marketing, que evidenciou a característica falta de diálogo do governo venezuelano e seu desrespeito pelas instituições internacionais.

“O gesto tresloucado da ministra de Relações Exteriores venezuelana é mais um golpe publicitário para o público interno da Venezuela, que sofre com esse populismo irresponsável. Um gesto para criar mais um ambiente de luta externa, típico desse populismo irresponsável bolivariano, que tem levado a tragédia para o povo venezuelano”, disse.

Jutahy Júnior também encarou com ironia a manifestação da chanceler venezuelana, que declarou que os países do Mercosul não respeitam a diversidade de ideias, sendo que o próprio governo Maduro e de seu precursor, Hugo Chávez, é notório por sua perseguição às forças políticas opositoras e desprezo pela democracia e liberdade de expressão.

“A Venezuela é uma tragédia para a sua população. Um governo populista, irresponsável, que está destruindo a economia e rompendo os valores fundamentais da democracia. Corretamente, o bloco do Mercosul não permitiu que ele assumisse a presidência porque era impossível que isso acontecesse, porque ele contrariava todas as normas estatutárias”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do portal da revista Época Negócios.

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14/12/2016