TCU identifica superfaturamento de R$ 2,1 bi em obras de Abreu e Lima

Imprensa - 18/08/2016

tcuBrasília (DF) – O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou superfaturamento de R$ 2,1 bilhões em obras da refinaria de petróleo Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco. Em relatório, o órgão indicou o problema como resultado do esquema de cartel, corrupção e superfaturamento investigado na Operação Lava Jato. As informações são do portal G1 desta quinta (18).

Por conta das irregularidades, o TCU determinou o bloqueio de bens de Odebrecht e OAS, e também do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor Renato Duque, do empresário Marcelo Odebrecht e de mais cinco ex-funcionários das construtoras.

Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), o superfaturamento constatado pelo TCU é apenas mais um dos desmandos provocados pelo governo petista. “Esse prejuízo não é novidade. Eu sempre dizia que o PAC era o Plano de Aceleração da Corrupção. Sem medo de errar, creio que mais de 70% das obras do PAC aceleraram a corrupção. Tanto é que a Petrobras quebrou em virtude da irresponsabilidade do ex-presidente Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff. Sem sombra de dúvida, a má gestão do PT foi crucial para esse cenário”, afirmou.

De acordo com o relatório divulgado pela corte, após analisar 400 mil notas fiscais e outras provas compartilhadas pela Lava Jato, foi constatada a construção de duas unidades da Abreu e Lima, que custaram R$ 5,5 bilhões em valores da época e tiveram preços acima do mercado e direcionamento nas licitações. As companhias e os ex-diretores terão 60 dias para apresentar defesa sobre o caso.

O processo foi aberto no ano passado, quando se imaginava um sobrepreço de R$ 1,1 bilhão. Quando as investigações foram ampliadas, esse valor passou para R$ 1,4 bilhão, que, atualizados, chegam aos R$ 2,1 bilhões. Foi a primeira vez que o TCU bloqueou bens de empresas envolvidas na Lava Jato.

Na avaliação do tucano, o rombo não causa surpresa, já que o país também foi vítima de prejuízo em obras de outras refinarias que, apesar de terem o propósito de ajudar na produção de petróleo, acabaram se transformando em mais uma fonte de irrigação de recursos irregulares do PT.

“Nós tivemos a oportunidade de presidir uma comissão que acompanhou o cancelamento das refinarias Premium 1 e 2, no Maranhão e Ceará. Foram investidos R$ 2 bilhões em uma e R$ 600 milhões na outra. Apesar disso, no Maranhão, só existe o terreno e a cerca da área. Já no Ceará, houve só a terraplanagem. Na época, a gente já demonstrava que tinha irregularidades. O PT aumentava os aditivos e os valores das obras para poder se beneficiar com recursos para eleger deputados, senadores e a própria presidente Dilma, que Foi eleita mentindo para o povo e utilizando dinheiro da corrupção”, destacou.

Segundo a publicação, o bloqueio dos bens tem duração de um ano. Se as empresas ou pessoas comprovarem que não foram responsáveis ou que não houve superfaturamento, os bens são desbloqueados. O bloqueio visa o ressarcimento, pelos responsáveis, do prejuízo causado à Petrobras.

O jornal O Estado de S. Paulo afirma que a decisão é mais um “revés financeiro” às empresas, mergulhadas numa aguda crise desde que o esquema de corrupção foi descoberto, agravada pela recessão no país.

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18/08/2016