TCU quer explicação de ex-ministros do governo petista sobre rombo financeiro no FIES
Brasília (DF) – O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, nesta quarta-feira (23), a convocação de diversos ex-ministros do governo petista para explicarem o rombo financeiro no programa de Financiamento Estudantil, o Fies, durante a gestão Dilma Rousseff. Após análise, técnicos do TCU concluíram que o programa foi administrado de forma irresponsável nos últimos anos, deixando para a gestão do presidente Michel Temer um prejuízo que pode chegar a R$ 20 bilhões. As informações são de reportagem do jornal Valor Econômico.
Entre os gestores que deverão ser ouvidos estão os ex-ministros da Educação Aloizio Mercadante e Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, além da ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. De acordo com a ministra do TCU Ana Arraes, entre as principais críticas à gestão petista do Fies estão a concessão indiscriminada de bolsas e a mudança na periodicidade dos pagamentos para as instituições de ensino, o que acabou gerando uma bola de neve de passivos para o governo.
Para o deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), a gestão do PT usou programas assistenciais, como o Fies e o ProUni, na área educacional, além do Minha Casa, Minha Vida, como ferramentas eleitorais para se alavancar na preferência popular. Mas, uma vez estabelecido no poder, deixou seus beneficiários à míngua.
“Tudo o que o PT pôde fazer, usar para fazer política, ele fez. E não é diferente com o Fies. Por isso, o TCU chega à conclusão de que pode ter havido um rombo desse tamanho. É uma questão primária você fazer empréstimos para estudantes, as regras que haviam eram muito claras. O PT foi mudando isso para poder ampliar a sua base, não necessariamente para beneficiar os estudantes, mas para beneficiar o próprio partido. Daí a alteração sem critérios e o aumento do risco, e consequentemente, a lesão aos cofres públicos”, destacou.
O parlamentar classificou a apuração do TCU sobre o rombo do Fies como “absolutamente necessária”, considerando que o montante desperdiçado pelo governo petista pode chegar à casa dos R$ 20 bilhões, e lamentou que a conta a ser paga pelo descontrole da gestão acabe sempre recaindo sobre a população.
“Absolutamente tudo que o PT faz e fez tem um fim em si, no próprio partido. Não é a população, supostos alvos que serão beneficiados pelo programa A ou B, tudo tem que voltar para o próprio partido. A população é apenas um escudo, o motivo, a retórica, e acabam sendo sempre as vítimas que pagam a conta no final”, disse.
“Com o argumento de que isso beneficiaria estudantes pobres, na verdade o PT queria aumentar a sua base eleitoral, seja lá a que custo fosse. Agora, esse custo, esse grande rombo, vai ficar como uma conta a ser paga principalmente pelos mais pobres, como sempre é”, completou o tucano.
Leia a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico AQUI.