Tendência de redução na taxa de juros indica avanço na retomada do crescimento econômico, diz tucano
Presidente do BC afirmou que redução de 0,75 ponto percentual é o “novo ritmo” de condução da política monetária brasileira
Brasília (DF) – O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira (18) que a redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros é o “novo ritmo” de condução da política monetária brasileira. Durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, ele disse que o governo tomou essa decisão porque a inflação “perdeu fôlego” e as expectativas do mercado estão ancoradas. As informações são do jornal O Globo desta quinta (19).
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade baixar a taxa básica de juros para 13%, quando a expectativa majoritária do mercado era de uma redução de apenas 0,50 ponto porcentual, o que levaria a Selic para 13,25% ao ano.
“Nós entramos num novo ritmo. O 0,75 pp é o nosso novo ritmo. Mas, como se sabe, um novo ritmo pode mudar e, se mudar, é por causa de expectativas de inflação, as nossas expectativas e não apenas as do mercado, do nível de atividade e de fatores de risco, externos e domésticos. Tudo isso será levado em consideração”, disse.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a diminuição da Selic é uma medida “extremamente positiva” que sinaliza um importante avanço e conquista no atual cenário econômico.
“[A queda] Era uma necessidade e é muito positivo que o governo esteja atendendo. Isso indica a expectativa da retomada do crescimento econômico brasileiro. Eu aplaudo, dou as boas-vindas a esse grande acontecimento e acredito que a inflação baixa, a diminuição da taxa de juros, uma medida enérgica do governo e uma renegociação de dívidas irão ajudar muito nossa economia, ao lado das reformas”, afirmou.
O presidente do BC também enfatizou sua tarefa de levar a inflação de 11% em 2015 para 6,3% em 2016. “Isso é uma grande queda e estamos trabalhando nas expectativas.” Segundo ele, o BC lutava contra uma inflação elevada e esse trabalho precisa ser feito de forma contínua.
Reformas
De acordo com a reportagem, além de mencionar o interesse em investimentos em infraestrutura, Goldfajn ressaltou ainda que o Brasil está passando por um processo de reformas, citou a área fiscal e microeconômica.
Segundo Hauly, a evolução da agenda de reformas será “essencial” na recuperação econômica brasileira. “Sem reformas, não haverá recuperação da economia como o Brasil necessita e merece. A economia já tem uma previsão de recuperação. Alguns economistas e entidades financeiras de porte internacional já estão se posicionando que vai ter crescimento positivo, e eu também estou fazendo uma previsão positiva, mas reitero que, sem a reforma tributária, previdenciária e trabalhista, o Brasil não terá futuro”, completou.