Para tucano, fatiamento de inquérito da Lava Jato dará celeridade aos processos
Com o fatiamento, será instaurada uma investigação sobre a atuação dos políticos do PT
Brasília (DF) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou nesta quinta-feira (6) o fatiamento do principal inquérito da Operação Lava Jato em tramitação na corte, o chamado “quadrilhão”, que mira o núcleo político do esquema de corrupção da Petrobras. Com a decisão, tomada após o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zavascki dividiu o procedimento em quatro inquéritos e incluiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um deles, como já havia sido pleiteado pelo Ministério Público.
Para o secretário-geral do PSDB, deputado federal Sílvio Torres (SP), o fatiamento será muito importante no sentido de dar celeridade aos processos. “Vai permitir uma investigação mais focada de cada grupo, como foi feito no mensalão. Vai acelerar o processo, as investigações serão feitas com mais rapidez e os prazos serão mais curtos nas decisões. Os indiciados terão a análise de suas denúncias mais rapidamente resolvidas, em especial o ex-presidente Lula”, ressaltou.
Segundo o tucano, a decisão vai ajudar a dar uma resposta mais rápida à sociedade sobre os réus que estão sendo indiciados. “Não há como procrastinar porque o Lula estará sendo o principal réu de todas essas investigações que estão acontecendo e agora especificamente numa das divisões. Nada também impede que novas denúncias surjam e possam ser incluídas ao processo”, completou.
No parecer em que pede a separação dos casos, o procurador Rodrigo Janot afirma que políticos de diferentes partidos se organizaram em uma estrutura criminosa para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos da administração pública.
“Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública”, disse Janot.
Na avaliação do deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO), a decisão do ministro é mais uma demonstração de que a Justiça está avançando no Brasil. “Lula já está com a vida mais do que complicada. O que não falta é explicações a serem dadas por ele. Ninguém está acima da lei, nem presidente, nem ex-presidente. É bom vermos isso no nosso país. Agora, ele poderá provar seus argumentos nos fóruns apropriados para isso”, afirmou.
Segundo a reportagem, a PGR descreve, na peça, os políticos investigados como supostos integrantes de uma quadrilha organizada.
O inquérito mostra um “grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes”.
Clique aqui para ler a íntegra da matéria.