Transparência nos registros do BNDES é “absolutamente necessária”, destaca tucano

“Isso é uma obrigação em uma instituição pública, mantida com recursos da população brasileira”, afirmou Nilson Pinto

Imprensa - 07/12/2016

Nilson Pinto Foto DivulgacaoBrasília (DF) – Atendendo a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades, com base na Lei de Acesso à Informação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai tornar públicos, em seu site, registros de financiamentos no exterior, operações internas e parcerias com instituições estrangeiras. Segundo a OAB, o diretor da área jurídica do BNDES, Marcelo de Siqueira, teria dito que o requerimento foi atendido com base na preocupação de avançar na direção da transparência, virando “a página dessa lógica de fazer operações ocultas sob o manto do sigilo bancário”.

As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (7) pelo jornal O Estado de S. Paulo. O presidente da OAB, Claudio Lamachia, saudou a divulgação das informações, que demonstram a preocupação do banco com a transparência e os recursos públicos geridos por ele. “Ganha a sociedade com esta decisão e, acima de tudo, com a transparência, notadamente, porque estamos falando de recursos públicos”, disse.

Para o deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA), a iniciativa, além de absolutamente válida e necessária, é uma obrigação do BNDES como instituição pública.

“Tenho que saudar a decisão do BNDES porque essa é uma medida absolutamente necessária. Até gostaria que tivesse sido tomada sem ter sido provocada por ninguém, porque considero que isso é uma obrigação em uma instituição pública, mantida com recursos da população brasileira, que já deveria ter sido aberta há muito tempo. De qualquer forma, antes tarde do que nunca. A direção do BNDES está percebendo a necessidade de atuar em consonância com a transparência requerida pela população para todos os negócios realizados pelas várias instituições ligadas ao governo brasileiro”, afirmou.

Sob suspeita

Vale lembrar que as operações financeiras do BNDES ganharam os holofotes após a força-tarefa da Operação Lava Jato acusar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros crimes, de ter atuado junto ao BNDES e outros órgãos sediados em Brasília com o propósito de garantir a liberação de financiamentos do banco público para a realização de obras de engenharia em Angola. Beneficiada pelo esquema, a construtora Odebrecht teria retribuído com o pagamento de propinas aos envolvidos que ultrapassam R$ 30 milhões.

Parte dos pagamentos indevidos também teriam sido repassados a Lula por meio de palestras supostamente ministradas por ele, a convite da Odebrecht, em países da África e da América Latina onde a empreiteira tinha negócios.

Por conta desse histórico, o deputado Nilson Pinto manifestou sua esperança de que a abertura dos registros do BNDES não vigore apenas para contratos futuros, mas que seja retroativa ao período investigado pela Lava Jato.

“Nós todos temos absoluto interesse em saber os detalhes dos negócios em que o BNDES se envolveu sob a orientação do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma [Rousseff], em um período muito triste para a história do banco em que ele acabou se envolvendo em negócios internacionais, aplicou dinheiro brasileiro em outros países e gerou, afinal de contas, renda para empresas brasileiras contratadas sob encomenda por governos estrangeiros, que geraram, em consequência, propina para petistas que estiveram no governo ao longos desses 13 anos”, destacou o tucano.

“Essa história triste precisa ser desvendada, de modo que é fundamental que o banco, ao abrir a caixa preta, abra não apenas daqui para frente, mas também para trás, de forma que nós possamos estudar com detalhe e tomar as medidas necessárias para colocar no sistema Judiciário, para punição, aqueles que, usando recursos do banco indevidamente, em situações e negociações ilícitas, obscuras e clandestinas, acabaram prejudicando o país”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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07/12/2016