Tribunal nega mais um pedido da defesa de Lula e critica banalização de recursos

Notícias - 09/06/2017

Brasília (DF) – A velha estratégia da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentar protelar as investigações da Operação Lava Jato, entrando com intermináveis recursos na Justiça contra a ação de procuradores e juízes, caiu por terra mais uma vez. O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), negou pedido dos advogados do petista para produzir novas provas na ação penal relacionada ao apartamento tríplex, no Guarujá (SP), e ainda criticou a banalização de habeas corpus impetrados pela defesa.

As informações são de reportagem desta sexta-feira (9) do portal da revista Veja. De acordo com a publicação, a defesa do petista queria realizar diligências para produzir novas provas no processo que acusa Lula por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O desembargador justificou que a decisão de avaliar a necessidade dessas diligências cabe ao juiz de primeira instância, no caso, Sergio Moro.

“Cabe ao julgador aferir quais são as provas desnecessárias para a formação de seu convencimento, de modo que não há ilegalidade no indeferimento fundamentado das cópias que a defesa pretendia, notadamente se impertinentes à apuração da verdade”, justificou.

Gebran Neto também criticou a banalização do expediente utilizado pela defesa de Lula, o habeas corpus, usado comumente para pedir a liberdade de acusados.

“Embora pareça excesso de rigor, impera a necessidade de melhor otimizar o uso do habeas corpus, sobretudo por se tratar de processo afeto à Operação Lava-Jato, com mais de 400 impetrações, boa parte delas discutindo matérias absolutamente estranhas ao incidente”, considerou o desembargador.

Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), a estratégia petista de tentar desmoralizar as investigações e atrasar o processo já é notória, até mesmo para a Justiça Federal. O tucano também levantou outra hipótese para a manobra a que os advogados do ex-presidente têm recorrido: prolongar as investigações da Lava Jato até as eleições presidenciais de 2018.

“Todo mundo sabe que o que a defesa de Lula está querendo é ganhar prazo, é enrolar, postergar as decisões da Justiça. Esse é o artifício que eles estão usando. O Tribunal pode e tem mecanismos para punir quem, na prática, age de forma a postergar ou dificultar o processo, a ação. É uma estratégia que eles estão usando para ganhar tempo e desmoralizar juízes, procuradores, a Justiça Federal e o próprio Ministério Público, enquanto arrastam os trâmites o máximo possível até a época das eleições. É isso o que ele [Lula] quer”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a reportagem do portal da revista Veja.

X
09/06/2017