Tucano critica “vaquinha” organizada para pagar fiança de ex-vereador petista

Esquema de corrupção no qual o ex-vereador estaria envolvido desviou R$ 21 milhões dos cofres públicos

Imprensa - 05/01/2017

miguel haddad foto agencia camaraBrasília (DF) – Um grupo de petistas de Osasco (SP) reuniu, em pouco mais de 24 horas, R$ 300 mil necessários para pagar a fiança do ex-vereador João Gois Neto (PT), preso preventivamente na Operação Caça-Fantasmas sob suspeita de participação em esquema envolvendo funcionários fantasmas na Câmara Municipal. A “vaquinha” arrecadou o valor total da fiança usando mensagens via telefone e e-mail. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (5).

De acordo com o Ministério Público, o esquema de corrupção no qual o ex-vereador estaria envolvido desviou R$ 21 milhões dos cofres públicos. A prisão do petista foi revogada no dia 29 de dezembro. No entanto, foi fixado prazo até esta quarta (4) para pagamento da fiança. Do contrário, Gois e os outros 13 vereadores envolvidos serão novamente detidos.

O deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) criticou a ação e afirmou que é “comum” ao PT esse “corporativismo” para tentar escapar das punições.

“O que estamos assistindo no Brasil, e também em Osasco agora, é um corporativismo por parte do PT. Eles são solidários na corrupção e na tentativa de sair ilesos das punições. É uma solidariedade petista mesmo, mas que tem no bojo exatamente o envolvimento da grande maioria dos políticos e também filiados do PT na corrupção”, afirmou.

Um dos organizadores da campanha de arrecadação, o coordenador da macrorregião de Osasco do PT, Irineu Casemiro, afirmou que, apesar da promessa de ressarcimento expressa na mensagem, a intenção era coletar o dinheiro como doação. Segundo ele, não foi possível obter contribuição diretamente do PT porque a cota do fundo partidário está bloqueada.

O deputado tucano destacou ainda a recorrência de vaquinhas feitas pelo partido para ajudar os “companheiros”. Além de já ter ajudado no custeio de voos da ex-presidente Dilma Rousseff, petistas também organizaram no final de dezembro uma campanha de financiamento coletivo com o objetivo de ajudar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O receio e o medo tomaram conta dessas pessoas, que agora tentam salvar seus companheiros. É comum ao PT, e a história está mostrando isso. Eles fazem alguns movimentos tentando buscar medidas que possam atenuar o quadro, principalmente frente às medidas adotadas pela Justiça”, completou.

X
05/01/2017