Tucano elogia financiamento de R$ 2,5 bilhões para linha de transmissão de Belo Monte

Imprensa - 21/02/2017

Daniel Coelho FOTO Alexssandro Loyola PSDBnaCAMBrasília (DF) – Usada pelo PT como principal bandeira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a usina de Belo Monte, no Pará, foi alvo de diversas denúncias de superfaturamento e cartéis irregulares durante os últimos anos. Após uma série de desmandos das gestões petistas, a hidrelétrica receberá um financiamento de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 2,56 bilhões para construção do primeiro dos dois sistemas de transmissão que vão escoar a energia gerada por ela para a região Sudeste.

De acordo com o jornal O Globo desta terça-feira (21), o projeto foi anunciado ontem e já conta com empréstimo-ponte do BNDES de R$ 718 milhões, contratado em 2015. A quitação está prevista com parte dos recursos do financiamento de longo prazo.

O deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) classificou a iniciativa como “muito positiva” no sentido de tentar salvar a usina que, durante anos, sofreu com a má gestão dos governos petistas.

“A gente tem em Belo Monte um conflito social e ambiental. Durante todos esses anos, o Brasil não aproveitou a energia que pode ser gerada. Não só lá, mas temos grandes obras inacabadas ou que não estão sendo aproveitadas pela população. Por isso, é muito importante esse tipo de medida para evitar o desperdício e para que tenhamos o aproveitamento dessas grandes obras, algo que não estava acontecendo”, afirmou.

Em novembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou indícios de superfaturamento de R$ 3,384 bilhões nas obras da usina. Relatório do órgão criticou o formato do leilão e a falta de concorrência para a construção da hidrelétrica. A existência de superfaturamento nas obras da usina já foi citada por dois delatores na Operação Lava Jato.

Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro, o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido) afirmou que a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014 foi abastecida com dinheiro desviado da construção de Belo Monte.

Na avaliação do tucano, a implantação de medidas mais duras de combate à corrupção é muito importante para resgatar a confiança nas instituições brasileiras. “É fundamental que se conclua e investigue a situação de Belo Monte, todos os desvios e denúncias de corrupção ocorridos durante os últimos anos. É uma obra que custou muito mais do que deveria e é importante que haja fiscalização sobre tudo que ocorreu. Não é hora de tentarmos proteger ninguém ou deixar de investigar. A população tem o direito de saber”, avaliou.

O projeto inclui a construção de uma linha de transmissão que atravessará 65 municípios dos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais e de duas subestações conversoras: Xingu, no Pará, e Estreito, em Minas Gerais.

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21/02/2017