Tucano elogia possível ampliação da base de Alcântara

Após 16 anos paralisado, o centro de lançamento de satélites em Alcântara, no Maranhão, pode retomar as atividades. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, que o governo brasileiro pretende resgatar o plano de ampliação do local. A intenção é aumentar o número de plataformas para lançamento o que permite ao Brasil fechar acordos de uso da base com mais países. Segundo Jungmann, França, Rússia e Israel já informaram ter disposição firme para usar a base brasileira. Membro da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, o deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) vê vantagens econômicas e tecnológicas nessa iniciativa.
“Primeiro, o compartilhamento de informações científicas. Podem vir pessoas que sabem mais que nós nessa área e podem nos repassar conhecimento. Segundo, virão os ganhos econômicos que podemos ter. Desde que seja positivo para nossa balança comercial e científica, é algo bem-vindo”, disse.
O ministro também anunciou que o governo permitirá inicialmente aos Estados Unidos o uso do centro para lançamento de foguetes ao espaço. O local desperta interesse por ter uma das melhores localizações do mundo para essa atividade, já que está praticamente na linha do Equador e, com isso, economiza cerca de 30% de combustível ao lançar objetos no espaço. Fábio Sousa espera que o investimento seja levado a sério, já que, nos últimos anos, o setor aeroespacial brasileiro não recebeu a devida atenção.
“A vantagem é que pesquisa e tecnologia fazem bem ao país. Querendo ou não, esse investimento em tecnologia é muito importante para o país. No governo petista, o investimento em tecnologia era de boca para fora, panfletário, propaganda de marketing. Hoje é necessário ter esse investimento de verdade, e a base de lançamento é algo positivo sim para o país”, apontou.
O uso do Centro de Alcântara foi reservado aos americanos em 2000, em tratado assinado durante governo FHC. A concessão, no entanto, foi alterada ao longo dos governo do PT, e os novos negócios firmados acabaram resultando em fracasso por problemas técnicos e cancelamento das atividades.