Tucano rebate críticas de advogado à prisão de Palocci: “PF agiu corretamente”
Brasília (DF) – O advogado do ex-ministro Antonio Palocci, José Roberto Batochio, criticou nesta segunda-feira (26) a nova fase da Operação Lava Jato, que prendeu temporariamente o petista. Batochio afirmou desconhecer a acusação contra seu cliente e comparou a prisão de Palocci a uma “operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar”. “Não conheço a acusação porque ela é até o presente momento absolutamente secreta. No melhor estilo da ditadura militar. Você não sabe de nada, não sabe do que está sendo investigado. Um belo dia batem a sua porta e o levam”, declarou.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o advogado também comentou sobre a suposta “arbitrariedade” da operação. “Nós estamos voltando nos tempos do autoritarismo, da arbitrariedade. Qual é a necessidade de prender uma pessoa com domicílio certo, que é médico, que foi duas vezes ministro, que pode dar todas as informações quando for intimado. É por causa do espetáculo?”, questionou o advogado.
O deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA) rebateu as afirmações de Batochio e reiterou a legitimidade das investigações da Lava Jato. Segundo ele, a Polícia Federal (PF) está agindo “corretamente”, no limite das suas prerrogativas legais.
“A gente percebe que, depois de 13 anos de poder, o costume do cachimbo deixou a boca torta no povo do PT. Para eles, todas as coisas que faziam de forma errada, afrontando a lei, eram naturais. Daí vem essa postura estranha do advogado de considerar como um erro ou autoritarismo algo legal, legítimo, correto, que é a postura absolutamente acertada da Polícia Federal (PF)”, explicou.
A nova fase da operação, batizada de Omertà, investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a empreiteira Odebrecht. Palocci comandou a Fazenda nos primeiros anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi ministro da Casa Civil do governo Dilma.
O tucano criticou ainda a postura do advogado, que, segundo ele, precisa se atualizar. “Autoritarismo é roubar, é utilizar recurso público indevidamente, de maneira tacanha, de maneira mesquinha, de maneira criminosa. Ele quer que isso permaneça em silêncio? Isso tem que vir a público. Errado está o senhor Palocci, que cometeu esses erros que hoje estão prestes a serem punidos. Errado está o advogado, que precisa se reciclar. Ele sim precisa aprender as normas da convivência correta num regime democrático”, concluiu.
Segundo a PF, há indícios de que o ex-ministro atuou diretamente para obter vantagens econômicas à empresa em contratos com o poder público e se beneficiou de valores ilícitos. Entre as provas obtidas pela força-tarefa estão e-mails que mostram indícios da atuação de Palocci nos crimes sob investigação.
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