Tucanos destacam a gravidade da crise na Venezuela
Após o presidente Venezuelano, Nicolás Maduro, convocar uma Assembleia Constituinte como “solução” para a crise política no país, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, considerou a ação como “fraudulenta”, argumentando que o povo “é o único que conta com o poder constituinte”. A oposição também rejeitou a proposta e pede novas eleições no país. A Venezuela enfrenta uma grande crise que afeta as áreas política, econômica e social. Para o senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), o presidente venezuelano vem tentando uma manobra para desviar a atenção da gravidade do caos no país.
“O que se quer lá é desviar todo o foco, tirar a atenção de toda essa crise que a Venezuela está vivendo e tirar realmente o poder do povo de escolher o seu governante, aquele que realmente deve conduzir aquele país. Na verdade é uma manobra realmente protelatória para que a vontade popular realmente não se sobressaia ou se mantenha. O certo seria realmente ter novas eleições. Acho que é hora do brasileiro estender a mão e ajudar a fazer com que a democracia seja respeitada”, disse.
A decisão de Maduro também foi criticada pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. O chanceler brasileiro apontou a existência de um “golpe” em curso no país vizinho, além de uma “ruptura” na ordem democrática. O deputado federal Major Rocha (PSDB-AC) destaca o papel do Brasil diante da situação da Venezuela.
“O Brasil não pode fechar os olhos devido aos graves atentados aos direitos humanos praticados na Venezuela. O Brasil é o principal ator da América do Sul, e não pode virar as costas para o que acontece com o povo venezuelano. Hoje, eu acho que não é um problema do povo venezuelano, mas um problema do continente que nós temos que solucionar. E tentar evitar que essa crise se agrave”, declarou.
O anúncio foi feito no dia 1° de maio, pelo presidente venezuelano, diante de milhares de simpatizantes reunidos no centro da capital Caracas. Nas últimas semanas, a Venezuela foi palco de manifestações de rua que terminaram em conflitos violentos, alguns com registros de mortes. Nesta quarta-feira, Maduro entregou ao poder eleitoral o decreto de convocação da Constituinte, que modificará a Constituição do país. A oposição venezuelana alega que os 500 integrantes da assembleia não serão eleitos pelo voto universal, e sim por setores sociais e por comunidades ligadas ao presidente.