Tucanos do Rio de Janeiro se engajam na luta pela Uerj

Imprensa - 27/01/2017

uerj-sosEm risco de fechar as portas devido à falta de repasses do governo, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) adiou pela segunda vez o início das aulas – agora previstas para o próximo dia 31. Os professores decidiram manter a greve. Os alunos fizeram uma semana de luto. Um enorme pedido de socorro foi pintado no chão – “SOS Uerj”. E o Governo do Estado do Rio ainda não apresentou nenhuma alternativa para quitar o débito de R$360 milhões que tem com a universidade, necessários para manter o funcionamento mínimo, incluindo o pagamento de salários e bolsas.

Os tucanos do Rio de Janeiro, alguns ligados diretamente à universidade, sugerem a modernização da gestão, o estabelecimento de um planejamento estratégico, em que parcerias com a iniciativa pública e privada sejam consideradas e, acima de tudo, que a universidade torne-se uma prioridade para o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que até o momento tem demonstrado negligência.

O presidente do PSDB-RJ, o deputado federal Otavio Leite, formou-se em Direito pela Uerj. Para ele, a universidade deve procurar a independência econômica. “A instituição precisa se organizar para buscar receitas próprias, com a prestação de serviços e consultoria à iniciativa privada”, disse.

A tucana Aspásia Camargo, secretária de Planejamento e Gestão da cidade do Rio, é professora da instituição e lembra que o abandono do Estado em relação a universidade não vem da crise recente.

“A Uerj nunca foi tratada com a grandeza de uma universidade de ponta que é. O Governo tem sido negligente e a direção da entidade muitas vezes priorizou a disputa por espaços políticos. O resultado é que as condições de trabalho estão sucateadas e os professores sem aumento desde 2009. O Pedro Ernesto sempre foi tratado como uma despesa, não como um hospital de ensino. E, agora, um órgão como o IUPERJ, um patrimônio da ciência política brasileira e internacional, está lá, jogado às traças”, chamou ela atenção.

Tema será debatido na Alerj

O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha, líder do PSDB na Alerj, atribuiu o colapso à dificuldade que o Governo do Estado tem de lidar com a crise, que afeta diversos setores, e à falta de prioridade em relação à instituição, reiterando sua tradição em pesquisa e ensino de ponta.

Com a abertura do ano legislativo, em fevereiro, ele garante que vai levar o tema à Assembleia.“O

Governo deveria montar um gabinete de crise na universidade. Mas não priorizou este problema, o que é um grave erro. Estamos enfrentando esta situação no sistema presidiário porque os governantes não encaram a educação como prioridade”, acrescentou.

Membro da bancada tucana na Alerj, o deputado Carlos Osorio, sugere parcerias com outras entidades para resgatar a instituição e garantir um ensino público de qualidade. “A Uerj é fundamental para o futuro do Rio de Janeiro. Nós, pelo Poder Legislativo, estamos engajados nesta luta”, reforçou.

O secretário geral do PSDB-RJ, Eduardo Sol, ex-aluno e ex-professor da UERJ, sugeriu a modernização no modelo de gestão, envolvendo, nessas parcerias, as prefeituras municipais.

“É fundamental se modernizar e aumentar a cooperação e parcerias com prefeituras municipais, além da iniciativa privada”, sugeriu.

*Do PSDB-RJ

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27/01/2017