Tucanos pedem apuração sobre despesas de evento de Lula e Dilma no Nordeste

A deputada estadual Camila Toscano (PSDB-PB) questionou a origem dos recursos que financiaram a participação de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na reinauguração da obra de Transposição do Rio São Francisco, realizada no último domingo (19), no município de Monteiro, na Paraíba. Além dos ex-presidentes, também participaram do ato nomes petistas como o ex-prefeito Fernando Haddad e os senadores Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Humberto Costa.
A tucana pediu, na tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba, que os órgãos competentes investiguem um eventual uso de dinheiro público para bancar o evento. A parlamentar questionou a origem dos recursos que pagaram despesas como o aluguel de mais de 30 ônibus utilizados pela comitiva petista, o jato que transportou os ex-presidentes, a montagem do palco, das estruturas de som e também do restaurante em Campina Grande que foi fechado para receber o grupo.
“Queremos que o governo do estado mostre e demonstre que não houve nenhum gasto público e que o povo tão sofrido da Paraíba não pagou esse gasto”, disse Camila Toscano. “O que se viu domingo foi a presença popular, Lula tem todo um clamor e toda uma popularidade, o que é inquestionável, mas nossa obrigação como deputado estadual é fazer alguns questionamentos e assegurar que não se usou dinheiro público em um evento político”, argumentou a deputada.
O deputado federal Rocha (PSDB-AC) destaca que, além de apurações sobre um eventual uso de recursos públicos no evento petista, é necessário que haja uma investigação relativa à uma possível campanha antecipada de Lula durante sua participação na Paraíba, na qual o ex-presidente afirmou ser “pai, mãe, irmão e tio” das obras de transposição.
“Nós estamos diante de uma campanha antecipada. Claramente o ex-presidente Lula já está se colocando como candidato a presidente. E pior ainda, falando de coisas como a reforma da Previdência. Em 2003, a emenda 41 foi aprovada em pleno mensalão, logo no início da gestão Lula, e ele taxou os inativos, acabou com a regra de transição criada pelo Fernando Henrique, criou uma série de circunstâncias que prejudicaram os servidores públicos”, ressaltou o tucano.
“Somada a essa solicitação da deputada para a questão da origem dos recursos que bancaram esse evento, cabe também uma representação para que seja vista também a questão da campanha antecipada, que no Brasil é proibida”, acrescentou Rocha.
O parlamentar também fez duras críticas ao fato de Lula ter se colocado como o verdadeiro responsável pelas obras de transposição do São Francisco, que sofreram com uma série de atrasos e irregularidades durante as gestões de Lula e Dilma. “Nós estamos diante de uma obra pública, não é uma obra do PT. O Lula disse que era pai, mãe, tio, irmão. A obra não é do Lula, é do governo federal. Essa personalização do governo é coisa típica das ditaduras”, condenou.