Tucanos recebem com surpresa convocação do Exército para conter depredações na Esplanada

Notícias - 24/05/2017

O presidente Michel Temer decretou, nesta quarta-feira, uma ação de Garantia da Lei e da Ordem em Brasília. A ação, anunciada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi usada em resposta aos confrontos entre manifestantes e policiais militares na Esplanada dos Ministérios. Segundo a pasta, essas missões ocorrem em casos de “esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem”. Em entrevista, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse ter ficado assustado com a notícia, mas entende que, diante da situação de conflito e depredações, a ação tenha sido necessária.

“Somos uma geração que cresceu e passou a adolescência em um clima de exceção da ditadura militar, da quebra da Constituição, vivemos com euforia a redemocratização e a nova constituinte. E a presença militar é sempre uma coisa que nos assusta. Então ficamos assustados, preocupados. Mas por outro lado tivemos a informação de que a polícia não estava dando conta das depredações. Então, em último caso, numa emergência que não pode se tornar uma rotina, é fundamental, é necessário o Exército. Mas isso tem que ser bastante discutido com o próprio presidente”, disse.

No momento, a atuação dessas forças está restrita aos prédios dos ministérios e aos palácios do Planalto e Itamaraty. Nesta quarta, durante protesto de manifestantes contrários ao governo, quatro ministérios e o Museu da República foram depredados. O deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) espera, no entanto, que a situação seja controlada o mais rapidamente, a fim de que os órgãos públicos e o parlamento sigam normalmente com suas atividades.

“Esperamos que já tenha sido controlado. Parece que o prazo é de uma semana, mas não imaginamos que isso seja necessário. A partir de amanhã teremos normalidade nas ruas. Aqui dentro a intenção é votar as matérias que estiverem disponíveis. A nossa ideia dar uma resposta à sociedade, mantendo o Congresso funcionando, no Senado e na Câmara”, apontou.

A medida valerá até o dia 31 de maio somente no Distrito Federal. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial.

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24/05/2017