Tucanos rejeitam possível intervenção militar na Venezuela

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, rechaçou a ideia do presidente americano Donald Trump de apoiar uma intervenção militar na Venezuela. Trump vê essa alternativa como uma possível solução para a crise no regime de Nicolás Maduro. No entanto, para o chanceler brasileiro, o caminho deve ser de diplomacia e negociação. O deputado federal Luiz Carlos Hauly, do PSDB do Paraná, também rejeita uma possível ação militar e pede mais cautela para tratar do assunto.
“A OEA, Organização dos Estados Americanos, tem uma cláusula de não-intervenção nos assuntos internos de cada país. Tem outros mecanismos. Tem o embargo comercial, tem outras formas que o governo americano pode fazer, mas nós não podemos admitir e aceitar qualquer tipo de intervenção militar na Venezuela ou em qualquer país da América ou do mundo”, declarou.
A crise na Venezuela é um dos principais assuntos na imprensa mundial e se reflete nos países vizinhos. A situação também deve dominar a pauta do Senado Federal nesta terça-feira. O plenário da Casa deve debater dois requerimentos envolvendo o país. Um deles, apresentado pelo senador Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, pede voto de censura ao presidente Nicolás Maduro. Para o deputado Luiz Carlos Hauly, o Brasil não pode assumir sozinho as consequências do regime de Maduro.
“É importante nesse momento a nossa diplomacia. O Brasil, no que puder, tem que recepcionar essas pessoas. Pedir auxílio da ONU (Organização das Nações Unidas) e também dos países da OEA. O Brasil não pode assumir sozinho esse cargo de recepcionar todo esse povo que está descontente com o governo da Venezuela”, apontou.
No final de mês passado, os Estados Unidos lançaram sanções contra o presidente venezuelano, congelando seus ativos no país, além chamarem Nicolás Maduro de ditador, um dia após a eleição da Assembleia Constituinte do país. O número de pessoas mortas durante protestos contra esse governo já ultrapassa 120.