Venezuela acentua crise no Mercosul e exportações desabam
Após alcançar o auge de US$ 61,4 bilhões em 2011, as exportações entre os países do Mercosul caíram para US$ 38,3 bilhões no ano passado, um declínio de 37% nesse período. Com a Venezuela na linha sucessória para ser o próximo país a ocupar a presidência do bloco econômico, existe a preocupação dos membros do Mercosul de que essa queda do comércio entre os sócios seja ainda maior. Isso porque os venezuelanos ainda não incorporaram protocolos internos do bloco econômico que se referem a questões importantes, como direitos humanos, defesa da concorrência e política comercial comum, de acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (7) pelo jornal O Globo.
O deputado federal e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), concorda que as pendências da Venezuela podem prejudicar ainda mais as relações comerciais do bloco.
“A Venezuela está com sua economia liquidada, com um problema seríssimo, um conflito político muito grande dentro do país. E a Venezuela assumir esse papel dentro do Mercosul pode afundar o bloco também. O problema é que quando você tem uma sociedade regional e comercial com países como a Venezuela, que tinha uma economia muito forte, mas que acabou se atrapalhando pela incompetência e pelo bolivarianismo, nós acabamos tendo que pagar também por essa sociedade. E isso prejudica as relações comerciais”, disse o tucano.
Diante da situação, Brasil, Paraguai e Argentina consideram que o Uruguai deve permanecer com a presidência do Mercosul temporariamente. Mas os venezuelanos estão descontentes. A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Dercy Rodríguez, fez críticas ao chefe do Itamaraty, José Serra, pelo posicionamento.
Apesar dos problemas históricos na conjuntura política venezuelana, o país e seu atual líder, Nicolas Maduro, sempre contaram com o apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. Em razão do afastamento de Dilma da chefia do Executivo, Maduro retirou o embaixador da Venezuela do Brasil, enfraquecendo as relações entre os países.
Para Hauly, o tucano age com a cautela necessária. O deputado também sugere que o Brasil reforce as negociações bilaterais com outros países, para que não sofra com os impactos negativos vindos do bloco.
“Nosso chanceler José Serra está correto. É melhor ter cautela e dar um tempo do que o país que não consegue resolver os seus problemas econômicos mais básicos assumir esse importante papel no Mercosul. É urgente o Brasil fazer negociações bilaterais, acelerar e sair dessa amarra do Mercosul, especialmente com essa possibilidade de a Venezuela assumir essa entidade multilateral.”
Clique aqui para ler a íntegra da reportagem do jornal O Globo.