Venezuela é impasse em acordo do Mercosul com a União Europeia

Imprensa - 08/07/2016

Dilma Rousseff recebe presidente da VenezuelaAlém de acentuar a crise no Mercosul, que registrou queda expressiva nas exportações no ano passado, a situação político-econômica da Venezuela é também um possível obstáculo às negociações do acordo entre o bloco econômico e a União Europeia. O país ainda não se adequou aos protocolos internos do grupo e tampouco participa das conversas sobre uma futura área de livre comércio com o bloco europeu, embora seja o próximo na linha sucessória para assumir o comando do Mercosul, como revela reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (8).

Para o deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Pedro Vilela (PSDB-AL), é preciso encontrar uma solução para evitar que os países membros do Mercosul sejam prejudicados.

“São muito fortes os indícios de que na Venezuela não há um respeito absoluto ao princípio da democracia, nem tampouco aos direitos humanos. Essa situação causa um transtorno para o Mercosul, dificulta as nossas relações com outras entidades e outros países, como a União Europeia. O ideal é que seja encontrada uma solução o quanto antes para que nem o Brasil e nem outros países membros fiquem prejudicados.”

As trocas com a União Europeia respondem por 19% do comércio do Mercosul com o mundo. Já o Mercosul é responsável por 2,5% do comércio do bloco europeu. Entre os países sul-americanos que compõem o grupo, a expectativa é de que haja avanço nas negociações de tarifas e abertura para exportação de produtos. No entanto, para Vilela, a desordem venezuelana pode ameaçar os futuros acordos.

“Afeta de forma muito direta. Nós temos uma negociação em curso com a União Europeia, que é um dos nossos principais parceiros comerciais e, finalmente, depois de muito tempo, havia uma expectativa de progresso nas nossas relações comerciais com a União Europeia, no sentido de derrubada de tarifas, de abertura de fronteiras para os nossos produtos.”

O deputado destacou ainda que, durante anos, o Brasil foi complacente com o governo venezuelano, sem cobrar do país os requisitos fundamentais para se tornar membro efetivo do Mercosul. Assim como o ministro de Relações Exteriores do Brasil, José Serra, Vilela acredita que é preciso esperar antes de passar à Venezuela a liderança do bloco.

Clique aqui para ler a íntegra da reportagem do jornal O Globo.

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08/07/2016