“Venezuela não cumpriu requisitos para entrar no Mercosul”, diz chanceler paraguaio
Brasília (DF) – Contrário à permanência da Venezuela no Mercosul, o Paraguai pressiona os países do bloco pela suspensão de Caracas, por meio do acionamento da cláusula democrática que permite punir integrantes que violem direitos humanos e pelo fato de o país não ter cumprido os requisitos legais para ser efetivada no bloco. A abertura de uma frente jurídica para limitar a participação venezuelana é a mesma posição defendida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra (PSDB).
As informações são de reportagem desta segunda-feira (11) do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a publicação, o prazo para que a Venezuela cumpra os requisitos para ser efetivada no Mercosul acaba no dia 12 de agosto. Na semana passada, o ministro José Serra pediu ao Uruguai que não transmitisse a coordenação do bloco à Venezuela até que o período que o país tem para aderir às normas se esgote.
Em Montevidéu, capital uruguaia, para participar de uma reunião de chanceleres do Mercosul, o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, destacou que a Venezuela deve cumprir todas as normas, assim como os demais países do bloco fizeram.
“Vamos estudar a situação. Vamos ver se a Venezuela faz um gesto e trocar opiniões. Também vamos revisar a situação jurídica quanto ao ingresso, ver todos os compromissos que a Venezuela precisa atender antes de 12 agosto. Caracas não cumpriu os requisitos para entrar no bloco”, disse, em entrevista ao Estadão. “Ela tem de cumprir todas as normas, como nós fizemos”, acrescentou.
O chanceler paraguaio ressaltou que a decisão de adiar ou não a transferência da presidência do Mercosul para a Venezuela depende de dois aspectos: o jurídico e o político.
“Há dois elementos aqui. Um é o jurídico, este que o Brasil aponta. Seguir o que todos nós, Estados-membros, incorporamos à nossa legislação interna. O segundo é o tema político. Temos grandes desafios neste semestre e quem exerce a presidência temporária está comprometido a levar os programas dos ministros e dos chefes de Estado. Não pode ser utilizado para promoção de uma política unilateral. Nos preocupam os comentários sobre o que a Venezuela pretende fazer em sua presidência temporária. Queremos um Mercosul que volte a suas origens”, completou Loizaga.
Leia AQUI a íntegra da entrevista do Estadão.