Com gestão tucana, rede de saúde mental de São Bernardo se torna referência nacional
Sob a gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB), a Rede de Atenção Psicossocial de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, se tornou referência no Brasil inteiro como modelo nacional de atendimento de saúde mental. Criado na década de 1990, o programa segue as diretrizes da reforma psiquiátrica, que prevê o uso moderado da internação, a terapia e a reinserção do indivíduo na sociedade. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (27).
O projeto, ligado à Secretaria Municipal de Saúde, conta com mais de 30 unidades básicas de saúde (UBS), nove centros de atenção psicossocial (Caps) e oito residências terapêuticas, além de um pronto-atendimento para pacientes em crises ou estado alterado de consciência. Inclui também oficinas, como marcenaria e costura, e atividades ao ar livre.
O diferencial em relação aos demais municípios é que o ingresso do paciente ocorre em qualquer estabelecimento da rede. Os psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais acompanham todo o atendimento e auxiliam os médicos generalistas do Sistema Único de Saúde (SUS).
O prefeito Orlando Morando afirmou que o apoio e investimento em saúde pública é prioridade na gestão do município. Segundo ele, um dos pontos de excelência são as residências terapêuticas, onde os pacientes que tiveram longos períodos de internação em hospitais psiquiátricos tentam reconstruir seus laços afetivos e a referência familiar e recuperam a cidadania.
“No mês de setembro, vamos inaugurar mais um Caps, além das residências terapêuticas, que têm se mostrado extremamente eficientes. Saúde não tem jeito, tem que investir. A lei manda a gente investir 15% do orçamento. Aqui em São Bernardo, nós investimos 25% em saúde pública e a gente percebe que tudo que se investe você colhe os resultados”, ressaltou.
No Brasil, entre 2008 e 2018, mais de 2,5 milhões de pessoas foram internadas pelo SUS em decorrência de transtornos mentais, como dependência química, esquizofrenia, deficiência mental ou demência. A enfermidade psíquica que mais registrou internações nos últimos dez anos foi a esquizofrenia, com mais de 900 mil casos.
O tucano destacou a importância de o programa ser ampliado para todo o Brasil, fazendo com que o tratamento da saúde mental seja mais cuidadoso e eficaz, atendendo um número cada vez maior de pessoas.
“Sem dúvida, as cidades precisam investir mais nessa questão. Porém, o SUS não cobre as despesas dos municípios. Precisamos mudar esse critério. A prefeitura que atender mais terá uma remuneração maior. É uma mudança que tem que ser colocada”, completou.
Ainda segundo Morando, os investimentos em novos hospitais continuam a todo vapor. “Estamos fazendo um novo hospital municipal na cidade. Será o quinto em São Bernardo, o que nos dá hoje o maior volume de leitos per capita por habitante de grandes cidades do país. É um ponto fora da curva a quantidade de leitos que oferecemos à população”, disse.
Programa Recomeço
Priorizar saúde mental também sempre foi uma das bandeiras do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Em sua gestão no governo de São Paulo, o tucano criou o programa Recomeço, de combate à dependência química, que ampliou o número de leitos para tratamento de casos graves e agudos de dependência química.
O governo estadual também foi responsável por destinar destinar R$ 1.350 para famílias de dependentes de crack no chamado ‘Cartão Recomeço’. O valor tinha o objetivo de custear a internação em clínicas particulares especializadas e era transferido diretamente para as instituições de tratamento credenciadas.
*Reportagem: Clarissa Lemgruber