Nova delação da Lava Jato promete confirmar repasses ilegais à campanha de Dilma

Acompanhe - 21/06/2016

Uma nova delação premiada negociada com procuradores da Operação Lava Jato deve reafirmar que as campanhas eleitorais da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, foram abastecidas com recursos ilegais do “petrolão” repassados por empreiteiras. Desta vez, o fato em questão envolve pagamentos ilícitos pela Odebrecht feitos na Suíça ao marqueteiro do PT, João Santana, como revela reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta terça-feira (21).

Uma das suspeitas da Polícia Federal é que Santana recebeu esses valores no Brasil e no exterior. De acordo com a Justiça Eleitoral, o marqueteiro ganhou R$ 42 milhões e R$ 78 milhões nas campanhas de 2010 e 2014, respectivamente.

Segundo o jornal, o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, deve relatar à Justiça que se encontrou com Dilma em maio do ano passado no México para alertá-la sobre o avanço das investigações. A petista não teria dado atenção ao alerta. Pouco tempo depois, documentos suíços foram enviados ao Brasil confirmando pagamento à Santana no valor de R$ 4 milhões.

Para o deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP), as evidências enfraquecem os argumentos de Dilma de que as doações à sua campanha foram efetuadas dentro da lei.

“Vai caindo por terra essa história de que a presidente Dilma é uma coitada que não participou de nada, que não se envolveu em nada e que não se beneficiou de todo esse esquema que o PT, ela e Lula montaram no governo federal. Ela se cercou por todos os lados de pessoas ruins que levaram a essa crise política, institucional, econômica, moral e ética que o país vive.”

Apesar das sucessivas tentativas de ocultar a verdade, Covas afirma que a relação entre Dilma e o empresário sempre deixou suspeitas. “Quando fui membro da CPI da Petrobras, tive a oportunidade de perguntar ao senhor Marcelo Odebrecht sobre os encontros que ele tinha a sós com a presidente Dilma. E, na oportunidade, ele me dizia que eram encontros republicanos para tratar de projetos estratégicos para o país. Mas com a delação e com o andar da investigação, fica claro que ele era amigo íntimo da presidente e ajudou na montagem do caixa dois para as campanhas de 2010 e 2014”, afirmou o tucano.

A assessoria de Dilma confirmou à Folha de S. Paulo que ela esteve com Marcelo Odebrecht na ocasião mencionada, no México, mas nega o recebimento de pagamentos ilícitos para a campanha presidencial.

Clique aqui para ter acesso à íntegra da reportagem da Folha de S. Paulo.

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21/06/2016