Nova fase do Minha Casa, Minha Vida exclui os mais pobres
Brasília (DF) – A terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, iniciada somente um ano após o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, deixou de fora a população mais carente. O programa, uma das promessas da campanha de reeleição da petista, deu início às contratações apenas para as faixas 2 e 3, ou seja, famílias com renda mensal de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira (13), ainda não há previsão oficial do começo das contratações para as famílias da chamada faixa 1 do programa, que ganham até R$ 1,8 mil por mês. Para esse público, o subsídio – com recursos do Orçamento Geral da União (OGU) – pode chegar até 95% do valor do imóvel.
O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) afirmou que a notícia é mais uma prova de que o governo federal já não consegue sustentar por meio do orçamento as etapas do MCMV. “O PT administra o país de forma descontrolada e incompetente, abandonando os brasileiros que mais precisam desses benefícios. O MCMV deixa de ser um programa social para ser um financiamento, mais uma jogada de marketing do governo”, criticou.
Para o tucano, o lançamento da terceira etapa do programa é apenas uma tentativa de tentar melhorar os índices do governo. “A gestão Dilma sempre se utilizou do marketing para tentar resolver os problemas. É mais um projeto que, assim como o PAC 3 (Programa de Aceleração do Crescimento), dificilmente sairá do papel. Estamos vivendo um momento extremamente crítico de falta de crédito econômico”, afirmou.
Promessa
Segundo a reportagem, a promessa de construção de três milhões de moradias no segundo mandato foi usada durante a campanha eleitoral, mas o lançamento do programa foi adiado várias vezes, principalmente por causa do ajuste fiscal em curso. O orçamento de 2016 do programa caiu de R$ 15,5 bilhões para R$ 6,9 bilhões. Já se admite, nos bastidores, que o governo não cumprirá a promessa até 2018.