Número de casos confirmados de microcefalia sobe 26% em 10 dias no país
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil aumentou 26% em apenas 10 dias, passando de 462 para 583. O boletim divulgado nesta terça-feira (23) pelo Ministério da Saúde aponta que há 4.107 casos em investigação, distribuídos em 1.101 municípios de 25 unidades da federação. Amapá e Amazonas permanecem como os únicos estados que não têm nenhum registro de casos.
De acordo com matéria do jornal Correio Braziliense desta quarta-feira (24), já foram notificados 120 óbitos de bebês por microcefalia, o que inclui morte pós-parto e aborto espontâneo. No último boletim divulgado em 22 de fevereiro, eram 91 e 30 deles foram investigados e confirmados para microcefalia (contra 24 no balanço anterior) e dez foram descartados. Outros 80 continuam em estudo.
“Estamos estarrecidos com o crescimento dos casos de zika, dengue e chikungunya no Brasil. É preciso que o combate ao mosquito seja enfrentado como se fosse uma guerra e lamentavelmente o governo cortou os recursos do orçamento. O que hoje estamos vivendo nada mais é do que ter chocado o ovo da serpente, ou seja, o governo foi negligente, cortou recursos que deveriam ter ajudado a combater o mosquito”, lamentou o deputado federal Max Filho (PSDB-ES) ao discursar na tribuna da Câmara.
Para o tucano, combater um mosquito com ministro “voando de avião de uma região para outra” não vai resolver o problema no país. “O que vai resolver são medidas efetivas de priorização do combate, é preciso campanhas de orientação social e não o que o governo tem feito: demitir o seu ministro da Saúde para poder vir ao Congresso dar o voto para eleger o novo líder de um partido político para que possa continuar a controlar a maioria da bancada de um dos partidos que é de sua base. No momento em que estamos vivendo, o ministro deixa à deriva [a saúde pública] para votar”, criticou.
Segundo o jornal, Pernambuco tem o maior número de casos confirmados de microcefalia com infecção por zika (209), seguido da Bahia (120). Mesmo nesses casos, não está excluída a possibilidade de a mãe da criança ter tido outras infecções capazes de provocar danos ao sistema nervoso do feto, como, por exemplo, sífilis – cuja quantidade de casos notificados quase triplicou em sete anos e a estimativa do próprio governo Dilma é de avanço preocupante em 2016.
O zika vírus foi decretado, no último dia 2 de fevereiro, como emergência internacional de saúde pública pela diretora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, em Genebra. A decisão já era esperada e foi tomada após parecer de um comitê de 18 especialistas internacionais.