“O negro está na rua sim, como sempre esteve”, diz presidente do Tucanafro

Acompanhe - 14/03/2016

protesto4-2Brasília (DF) – O presidente nacional do Tucanafro, Juvenal Araújo, rebateu a tentativa, por parte de setores simpáticos ao governo petista, de desmerecer as manifestações deste domingo (13/03), que foram o maior ato político da história brasileira, superando as Diretas Já. Representante do Secretariado Nacional da Militância Negra do PSDB, Juvenal criticou a versão de que os protestos Brasil afora teriam sido protagonizados pela elite branca e rica do país.

“Aqui em Belo Horizonte, fizemos a caminhada junto com o bloco Zelite Branca, que é alusivo a essa questão de só tinha elite nas manifestações. Chamamos de ‘caminhada da indignação’, onde ligamos a manifestação da Praça da Liberdade até a Praça da Estação, e arrastamos uma multidão conosco. Nesse dia, mostramos mais uma vez que todos estão nas ruas, sejam negros, sejam brancos, e nós como o Tucanafro. Queremos fora PT, Dilma, Lula e Pimentel”, disse, em referência à presidente, ao seu antecessor e ao governador de Minas Gerais.

Juvenal ressaltou que a ligação entre os atos na Praça da Liberdade e na Praça da Estação serviram para que as pessoas pudessem chegar ao local de ônibus e metrô, facilitando o acesso das massas. “Foi um movimento popular. O negro está na rua sim, como sempre esteve”, defendeu.

Em todo o Brasil, mais de seis milhões de brasileiros foram às ruas – 1,4 milhão apenas na cidade de São Paulo, segundo estimativas. O Tucanafro compareceu aos protestos em todas as capitais brasileiras. “Foi uma caminhada histórica, onde uma multidão acompanhou a gente nas ruas. Nos 26 estados do país e no Distrito Federal, todos os segmentos se mobilizaram para que os populares, as pessoas da periferia, pudessem estar se manifestando nas ruas”, destacou Juvenal.

O presidente do Tucanafro acrescentou ainda que o protesto dos negros nas ruas foi motivado pela indignação com a falta de políticas públicas do governo petista na questão da igualdade racial, que foi relegada a segundo plano.

“O PT sempre usou e continua usando o negro apenas na questão eleitoreira. Na hora de conquistar o poder e políticas públicas pela igualdade, o PT rebaixa a Seppir [Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial], tira status de ministério e corta o orçamento. O valor designado para o café da Presidência e dos ministérios é muito maior. Essa é a realidade do PT: na propaganda eles pregam uma proximidade com o pobre, com o negro, mas na hora de investir para o empoderamento do negro, o PT se omite e continua onde sempre esteve”, completou Juvenal.

Temas relacionados:

X
14/03/2016